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Textos_Religiosos-->Conferência de Aparecida continua seus trabalhos -- 16/05/2007 - 10:13 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
--- Conferência de Aparecida ---

www.zenit.org

Aparecida aponta um grande campo de trabalho aberto para os leigos
Comentam leigos participantes da V Conferência do Episcopado da América Latina

APARECIDA, terça-feira, 15 de maio de 2007 (ZENIT.org).- Dois leigos convidados para participar como consultores da Quinta Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e do Caribe assinalaram esta terça-feira que a reunião eclesial já de saída aponta grande lacunas que os leigos podem ocupar, para favorecer o desenvolvimento da América Latina.

Segundo eles, um dos principais problemas apontados no subcontinente que tem 40% de pobres não é a pobreza em si, mas a desigualdade.

«Há pobreza porque há má distribuição da riqueza», afirmou na coletiva de imprensa deste início de tarde José Luis Guadalupe, doutor em sociologia e filosofia, da Universidade Católica de Lima.

«O continente mais católico do mundo é, ao mesmo tempo, o continente mais desigual do mundo. Que fazer como leigos? Creio que este é o grande desafio desta Conferência episcopal», acrescentou.

O diretor do Observatório Social do CELAM (Conselho Episcopal Latino-Americano), Rodrigo Guerra, mexicano, apresentou dados que revelam que há 209 milhões de pobres na América Latina, ou seja, 40% da população.

Segundo o especialista, 81 milhões de latino-americano vivem em indigência, o que representa 15,4% da população.

Ao destacar que o problema mais grave da América Latina é a desigualdade, Guerra afirmou que na Noruega 10% da população acumulam 23% da riqueza. Já no Brasil, 10% da população detêm mais de 50% da riqueza.

«Na América Latina, a agenda pendente em matéria social continua sendo principalmente a distribuição da riqueza» --enfatizou--; «a desigualdade entre o extrato superior da sociedade e o extrato inferior está aumentando de maneira rápida e dramática.»

Diante disso, segundo ele, o Papa está muito consciente da realidade da América Latina, fato que ficou evidente no seu discurso de abertura da Conferência de Aparecida.

«O Papa nos indica que a Igreja não tem nenhum compromisso com ideologia de direita ou de esquerda, mas que, com liberdade, julga à luz da antropologia cristã os diferentes modelos econômicos e políticos», afirmou.

Segundo Guerra, Bento XVI disse algo importante para os leigos. «Os leigos não devem eximir-se da responsabilidade cívico-política, que brota de nossa identidade constitutiva, que é definida principalmente pelo compromisso secular».

«O Papa afirma que, por um lado, a Igreja como instituição não se compromete com nenhuma fórmula política concreta, e, por outro lado, diz que os leigos, sob sua própria responsabilidade, estão chamados a participar dos movimentos populares, sindicais, de direitos humanos, dos partidos, do governo.»

«O Santo Padre não só não esquiva do compromisso político, mas que nos lança com grande força a recuperar os espaços perdidos, os espaços vazios», destaca.

Segundo o especialista, os leigos devem ser educados como «verdadeiros leigos», não como «pessoal de sacristia». «Nessa medida, o Evangelho poderá ser reproposto ao interior do cenário social e político».

José Luis Guadalupe afirmou em seguida que, nos 30 últimos anos, a população da América Latina cresceu 70%. Nesse mesmo período, a população de católicos cresceu 67%, e os sacerdotes, 44%.

«Isso é um problema sério e concreto. O monopólio religioso que existia da Igreja Católica na América Latina pouco a pouco, de fato, está-se perdendo. Nos últimos 50 anos vemos uma clara pluralidade de movimentos sobretudo cristãos em nosso continente», constatou.

«O problema na América Latina não é de demanda religiosa, mas de oferta eclesial. E aí justamente entram os leigos. A Conferência pretende encerrar com uma grande missão continental. Nós, leigos, devemos assumir essa missão com o protagonismo que nos corresponde», afirmou.


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Bento XVI indica pista do aprofundamento do papel da mulher na sociedade e na Igreja
Afirma perita da Conferência de Aparecida

APARECIDA, terça-feira, 15 de maio de 2007 (ZENIT.org).- Segundo a professora Sandra Ferreira Ribero, perita na Quinta Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e do Caribe, em seu discurso de abertura da reunião eclesial, Bento XVI indicou a pista do aprofundamento do papel da mulher na sociedade e na Igreja.

Ribero --física, teóloga e especialista em sociologia da religião, coordenadora nacional do Movimento dos Focolares no Brasil--, recordou na coletiva de imprensa desta terça-feira que o Papa reconheceu algo de machismo nas sociedades latino-americanas.

De fato, o Papa afirma em seu discurso que «em algumas famílias da América Latina persiste ainda, infelizmente, uma mentalidade machista, ignorando a novidade do cristianismo que reconhece e problema a igual dignidade e responsabilidade da mulher a respeito do homem».

«É verdade que o Santo Padre sublinhou esse aspecto falando da família. Mas obviamente esse aprofundamento do discurso extrapola o âmbito familiar», afirmou a perita.

Ribero destacou ainda que o fato de o discurso do Papa se colocar no início da Quinta Conferência indica que se trata de uma pista de reflexão.

«João Paulo II já havia colocado em evidência o gênio feminino, como ele chamou. Como a Igreja é uma realidade muito rica, ela pode ser olhada de vários perfis. O perfil mariano da Igreja foi historicamente muito pouco considerado, e isso é um desafio hoje.»

Segundo ela, da teologia de Urs von Balthasar e do Magistério de João Paulo II aprende-se que o perfil mariano é tão fundamental para a Igreja quanto o perfil apostólico-petrino.

«Maria é a rainha dos apóstolos sem pretender para si os poderes apostólicos. Qualquer reflexão sobre o feminino, sobre o papel da mulher na Igreja e na sociedade deve partir de uma mariologia mais aprofundada», disse.

«Normalmente, quando se pensa no papel da mulher na Igreja, pensa-se logo no sacerdócio feminino, mas não é isso». Segundo ela, isso é um «detalhe insignificante» e um erro, diante de uma «missão muito maior que se abre à mulher», destacou.

«O papel da mulher é praticamente o papel de Maria na Igreja e na sociedade», disse a perita.

Segundo a professora, Maria é a leiga por excelência, portanto é também a discípula de Cristo por excelência.

Nesse sentido, ela afirma que um grande caminho de atuação e aprofundamento do perfil mariano na Igreja se abre nos novos movimentos eclesiais, realidades em que os leigos se destacam e se formam sob um novo impulso nos dias de hoje.


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O que significa ser discípulos e missionários de Cristo, segundo cardeal Re
Intervenção introdutória aos trabalhos da tarde de segunda-feira 14 de maio

APARECIDA, terça-feira, 15 de maio de 2007 (ZENIT.org).- Publicamos a intervenção introdutória do cardeal Giovanni Batista Re, prefeito da Congregação para os Bispos e presidente da Pontifícia Comissão para a América Latina, aos trabalhos da sessão da tarde desta segunda-feira, da V Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e do Caribe.

1. No prosseguir dos trabalhos desta V Conferência Geral será a nossa guia o que nos disse ontem o Santo Padre, a quem dirigimos o nosso pensamento afetuoso e agradecido.

Estamos agradecidos ao Santo Padre por ter convocado esta Conferência; lhe agradecemos por ter vindo a Aparecida; lhe agradecemos pelos riquíssimos ensinamentos que nos deu. As linhas-guia indicadas nas palavras do Santo Padre as teremos muito em consideração durante o nosso trabalho, buscando aproveitar o melhor possível os seus ensinamentos.

Depois do discurso pontifício, tão rico no seu conteúdo, é supérfluo da minha parte um discurso introdutório. Vou me limitar somente, por isso, a ilustrar a lógica que deve inspirar e guiar os nossos pensamentos, as nossas intervenções e as nossas contribuições. Considero que essa lógica não possa ser outra que a consciencia de que todos nós fomos chamados a viver uma experiência de Igreja e a contribuir em um evento importante para o futuro da América Latina. Por essa razão, desejamos nestes dias agir em atitude de escuta dócil às inspirações do Senhor e participar neste evento com um espírito de comunhão entre nós e de serviço à Igreja e a sociedade da América Latina e do Caribe. Pesa sobre nós a grave e grata responsabilidade de Pastores que têm a tarefa de guiar as Igrejas particulares in Persona Christi Capitis.

Um único critério deve conduzir-nos: o amor sem limites a Cristo, à Igreja e ao povo da América Latina. Este amor deve gerar um grande espírito de comunhão.


a) Comunhão com Deus: Os momentos de oração que foram cuidadosamente preparados são momentos essenciais para exprimir a nossa experiência de Igreja e para que nos ajudem a ser dóceis ao Espírito na “obediência da fé” (cfr. São Paulo)


Assim como na primitiva comunidade cristã os grandes eventos, alegres ou difíceis, eram vividos em comunhão de oração (At 2, 42; 4,23-31), também esta V Conferência está acompanhada das orações da Igreja de Deus que peregrina no “Continente da Esperança”: Bispos, presbíteros, paróquias, comunidades contemplativas, comunidades religiosas, famílias, leigos, acompanham os nossos encontros de Aparecida com a sua oração.



b) Comunhão entre nós e união sob a guia do Santo Padre: Não se trata só de uma relação de cortesia, porque queremos ser – usando uma acertada expressão do Servo de Deus João Paulo II – “casa e escola de comunhão”, convencidos que “ubi caritas et amor Deus ibi est”.


A lógica da comunhão eclesial nos deve levar a uma justa consideração da verdade contida nas opiniões dos outros, mesmo quando forem diferentes das nossas. Neste sentido, devemos distanciar-nos das etiquetas e dos slogans, escolhendo como único critério o amor a Cristo e a Igreja. Na vida da Igreja o bem de um deve ser o bem de todos e o sofrimento de um deve ser o sofrimento de todos.



c) Comunhão com os nossos irmãos e irmãs da América Latina: Nos nossos corações estarão presentes nestes dias as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias de todos os homens e mulheres que vivem neste Continente Latino-americano. Nós nos sentimos próximos aos graves problemas dos pobres, dos que sofrem, daqueles que têm fome e sede material e, ainda mais, daqueles que têm fome e sede de Deus.



2. O documento de “Sintese”, que reúne as contribuições em preparação a este encontro oferecido pelos países da América Latina e do Caribe, sob a guia de seus Pastores, contém uma ampla gama de reflexões, de análise, de idéias. Esta ampla gama representa certamente para nós uma riqueza, mas também o risco de querer tocar todos os temas e, consequentemente, perder-nos numa excessiva vastidão de análise em detrimento de uma síntese eficaz, que leve à conclusões compartilhadas e práticas, destinadas a incidir no futuro.


Gostaria por tanto sugerir fazer o esforço de aprofundar nas diferentes questões tendo sempre presente o tema desta Conferência: “Discípulos e missionários de Jesus Cristo, para que nEle os nossos povos tenham vida – Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida- (Jo 14, 6)”.


É um tema central da nossa fé católica e da nossa vida cristã.


Ser discípulos significa seguir a Cristo, escutá-lo, aceitar a sua Palavra, que é Palavra de vida eterna; significa considerar Jesus Cristo o único verdadeiro modelo no qual nos inspiramos e viver na obediência da fé.


Significa, em outras palavras, levar Cristo a sério, fundar a própria vida sobre a roca da Palavra de Deus e nutrir a própria fé com a Eucaristia.



O discípulo de Cristo vive um verdadeiro amor à Igreja, fundada pelo mesmo Cristo para a nossa salvação e considera a participação na assembléia eucarística do Dia do Senhor como um compromisso ao qual não se pode nunca faltar.


O discípulo de Cristo, além disso, está atento aos irmãos, é solidário e sensível com os pobres, respeitoso de todos, promotor da justiça e da bondade e colaborador na edificação de uma sociedade mais humana.


Ser missionários significa anunciar Cristo, dá-lo a conhecer e amar, testemunhá-lo na vida cotidiana com coerência, com clareza, com humildade, com alegria e com valentia. Significa anunciá-lo na fidelidade e na integralidade de cada um dos seus ensinamentos, tal e como são custodiados e ensinados pela Igreja. Devemos anuciá-lo pessoalmente, mas também como comunidade eclesial, participando na celebração dos mistério da salvação na oração litúrgica como a celebra a Igreja guiada pelo Vigário de Cristo.



O ser discípulo e o ser missionário estão em interconexão vital, de tal modo que, no nosso caso, ser discípulo leva a ser missionário no anúncio de Cristo em América Latina e no Caribe, de hoje e de amanhã, enfrentando os problemas à luz de Cristo, luz das nações.



O fato de que o tema desta Conferencia concentre a atenção sobre as pessoas, considerando-as individualmente, ou seja, em cada um dos batizados, é, considero, uma decisão correta.



3. Assim como as precedentes quatro Conferências Gerais contribuiram realmente para o bem da América Latina, assim também, esta V Conferência deverá ser um sinal forte e uma luminosa orientação para o futuro, na situação cheia de desafios que este Continente se prepara para enfrentar.


O Episcopado latino-americano quis a realização desta Conferência Geral, que – como sabemos – é uma realidade típica da América Latina. Cada um de nós deve sentir, perante Deus e perante a sociedade, a responsabilidade de dar a sua contribuição pessoal para construir o futuro deste Continente sobre bases sólidas, que tenham o próprio fundamento na lei escrita por Deus no coração dos homens e nos valores da fé cristã, que são o patrimônio mais valioso que tem a América Latina e o Caribe.


Cada um de nós deve ter nestes dias em alta consideração a própria responsabilidade e a própria tarefa perante a situação da vida cristã no Continente. Juntos buscaremos escrutar os sinais dos tempos e iluminar com a sabedoria do Evangelho as situações e a realidade religiosa, cultural, social, econômica, etc, de hoje.


Nesta época de grandes mudanças, de globalização e de secularização, os desafios são imensos, porém também é muito grande a potencialidade de bem na América Latina e no Caribe.


Por alguns aspectos, esta V Conferência se desenvolve em um clima e em um contexto mais favorável respeito a algumas das anteriores. Por outros aspectos, porém, devemos reconhecer que se está produzindo uma erosão no substrato cultural católico da América Latina e um rápido e preocupante crecimento das seitas, que não podem deixar-nos indiferentes.


Impõe-se, por tanto, a necessidade de reforçar a fé, de consolidar a fé, de consolidar a própria identidade, de defender a dignidade de cada pessoa humana, de amparar as famílias e de ajudar os pobres. Este é o momento de uma presença mais ativa dos católicos como fiéis discípulos de Cristo. Uma presença animada pelo espírito missionário que compromete na evangelização e no testemunho, redescobrindo a Palavra de Deus como luz, como força e como guia, para encontrar soluções aos problemas e às situações peculiares da América Latina e do Caribe.


Numa sociedade ferida pelas tensões provocadas pelas graves injustiças e pelas enormes desigualdades sociais, econômicas e culturais que clamam ao céu, os povos da América Latina e o Caribe devem reencontrar a própria força, integrando-se em Cristo, Caminho, Verdade e Vida, como seus discípulos e missionários, fiéis a Deus e atentos às necessidades dos homens de hoje.


O anúncio de Cristo e do seu Evangelho é também um anúncio de promoção humana para todos, anúncio de desenvolvimento e de progresso.


Só seguindo Cristo e aceitando os seus ensinamentos é possível encontrar os caminhos e os critérios adequados para construir o futuro na justiça e na unidade, para construir a civilização do amor e da paz.


Esta V Conferência Geral, em sintonia com as quatro Conferências anteriores e buscando colocar em prática a Exortação Apostólica do Servo de Deus João Paulo II “Ecclesia in America”, e da Encíclica de Bento XVI “Deus Caritas est”, deve ajudar a América Latina e o Caribe a “recomeçar a partir de Cristo”, de acordo com o programa indicado pelo recordado Papa João Paulo II ao início do Terceiro Milênio, ou seja, abrir a Cristo as portas do coração das pessoas e de todas as dimensões da vida pessoal e da vida social.



“Eu estarei convosco todos os dias até o fim do mundo” (Mt 28,20). Esta certeza deve ser a força inspiradora da nossa atividade durante a Conferência.


Nossa Senhora Aparecida acompanhe os nossos passos nestes dias.


Ajudem-nos também todos os Santos e Beatos da América Latina. Particularmente neste momento no qual há um debilitamento da vivência dos valores cristãos, indiquem-nos o caminho as extraordinárias figuras dos Bispos Santo Toribio de Mogrovejo, São Ezequiel Moreno e São Rafael Guizar e Valencia, que foram grandes evangelizadores deste Continente.

[Texto distribuído pelo Conselho Episcopal Latino-Americano (CELAM)]


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«Deus é amor»: valor acrescentado do compromisso católico por transformar sociedade
Conferência de Dom Cordes, presidente do Conselho Pontifício «Cor Unum» em Aparecida

APARECIDA, terça-feira, 15 de maio de 2007 (ZENIT.org).- Bento XVI convidou católicos a lutarem contra a miséria no mundo, e em particular na América Latina, mas pede que o façam como católicos, ou seja, dando testemunho do amor de Deus pelos mais necessitados, explicou o arcebispo Paul Josef Cordes aos participantes na Quinta Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano.

Este é o valor acrescentado que podem oferecer os católicos latino-americanos e em particular seus pastores, constatou neste sábado o presidente do Conselho Pontifício «Cor Unum», instituição da Santa sé que promove e coordena a ação das instituições de ajuda católica do mundo.

O arcebispo Cordes ditou no sábado, 12 de maio, na véspera da inauguração da reunião eclesial de Aparecida, uma conferência, por sugestão do próprio Papa, a quem acompanhou em sua viagem ao Brasil, na qual apresentou alguns dos aspectos fundamentais de «Deus Caritas Est», a primeira encíclica deste pontificado.

«O Papa Bento XVI convida os membros da Igreja tanto a comprometer-se pela luta contra a miséria no mundo, como a formular objetivos eficazes e a desejar sua realização», constatou o prelado alemão.

Pois bem, declarou, para ajudar, «impõe-se uma mudança de paradigmas»; frente a um mundo transformado é preciso acrescentar a estes programas e projetos uma segunda dimensão: as pessoas, que em nome da Igreja dão o testemunho do amor de Deus, têm de ser formadas e impregnadas pela fé».

«Na orientação à fé dos voluntários cristãos se decide o específico na luta contra a miséria, aquilo que só a Igreja pode oferecer à humanidade», constatou.

Por este motivo, o prelado sublinhou a responsabilidade dos bispos para que os voluntários católicos e as próprias agências de ajuda católicas não se deixem impregnar pela secularização ambiental, que elimina a visão de fé no compromisso social ou de ajuda.

«Mas, como se vai poder combater a secularização global sem pastores valentes?», perguntou aos participantes na Conferência Geral.


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Conferência Episcopal do Chile pede exame de consciência aos bispos


APARECIDA, terça-feira, 15 de maio de 2007 (ZENIT.org).- O representante da Conferência Episcopal do Chile propôs aos bispos reunidos em Aparecida fazer «um valente exame de consciência com relação à nossa fidelidade ao Evangelho e aos acordos e orientações das anteriores Conferências Gerais do Episcopado da América Latina e do Caribe».

Dom Gonzalo Duarte García de Cortázar ss.cc., bispo de Valparaíso e vice-presidente da Conferência Episcopal do país sul-americano, constatou que a situação da Igreja na América Latina é «paradoxal», ao tomar a palavra nesta terça-feiran na Quinta Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e do Caribe.

«Ainda que congregue a maioria do povo Latino-americano e do Caribe, porque foi sua Mãe e defensora, contudo foi diminuindo paulatinamente a porcentagem de seus membros, que buscaram acolhida em outras confissões religiosas e não poucas vezes em seitas», explicou.

«Ainda que nossos templos estejam cheios -- sobretudo para as grandes festas -- e a nossos Santuários, particularmente aos Marianos, vão milhares e milhares de fiéis -- geralmente os mais pobres -- não devemos enganar-nos», acrescentou.

Segundo o representante do episcopado chileno, «vivemos mudanças culturais que pretendem desterrar o substrato religioso e cristão de nossa cultura. A sociedade sem Deus, egoísta e desumanizante que chegou até nós, tocou profundamente nossas sociedades, tanto no âmbito do pensamento, das leis, como na vida diária, e causou estragos muito profundamente à família».

Neste contexto, o prelado considerou que «não é de surpreender que o ensinamento da Igreja não seja escutado tanto na vida pública como privada».

«Contudo -- reconheceu --, cremos que não basta com estas explicações. Parece-nos, com efeito, indispensável fazer um valente exame de consciência com relação à nossa fidelidade ao Evangelho e aos acordos e orientações das anteriores Conferências Gerais do Episcopado da América Latina e do Caribe.»

O bispo sugeriu também «levar a cabo uma séria avaliação de nossa atitude como Igreja frente às necessidades e clamores dos pobres, dos que não compartilham nossa fé e de quem não encontra sentido em sua vida».

«Devemos escutar lealmente nossos detratores para discernir o que realmente existe em sua crítica -- propôs. E revisar, à luz do Evangelho, nosso estilo de vida e de ação, como também o conteúdo e a pedagogia de nossa pastoral.»

É possível ler a intervenção na íntegra em http://www.iglesia.cl.




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