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Artigos-->ROCK,CÃES E HITLER -- 25/02/2001 - 00:23 (MARCIANO VASQUES) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
ROCK, CÃES E HITLER

Cento e oitenta mil quilos de alimentos. Já pensou em toneladas assim de alimentos? Farinha de trigo, arroz, fubá, óleo. Pensou essas toneladas sendo encaminhadas para a África ou distribuídas nas cinco regiões do Brasil?

Penso que 180 mil quilos de alimentos valem mais do que um protesto lido para uma multidão.Por mais que esse protesto contra a fome seja divulgado em toda a Europa não produziria o efeito imediato que as toneladas de comida.

Assistencialismo apenas? Ou gesto demonstrativo de que algo precisa ser feito pelos miseráveis e famintos do mundo, que o são por obra do capitalismo, da voracidade pelo poder e lucro

Refiro-me ao evento chamado Rock in Rio.A cada dia 180 mil jovens em situação diferente dos milhares de jovens vitimados pela fome.Se cada um trocasse um real do ingresso por um quilo de alimentos,seria uma contribuição que valeria mais que os famigerados três minutos de silêncio pela paz, que já se percebeu, acaba sendo uma espécie de retórica do coração que não produz um solavanco na consciência dos que poderiam com o seu poder fazer algo para mudar a situação mundial.

A inteligência mercadológica poderia pelo menos funcionar.A situação é urgente, três minutos de silêncio não resolvem.Melhor seriam três minutos de gritos, ou gastos num supermercado para se comprar um quilo de alimento.Deixem o silêncio para homenagear respeitosamente os mortos, mas vamos gritar pelos vivos.Ou então minimizar a sua dor.

A moçada quer rock, os músicos são talentosos, Guns, por exemplo, tem um valor enorme.A alienação diária de 200 mil jovens pulando e cantando em inglês não é cria primitiva dos artistas, mas sim da indústria que os sustenta.Foi assim com os Beatles...

Indústria que poderia canalizar tanto potencial assim para amenizar o sofrimento humano e sensibilizar consciências do planeta.

Fotos de cachorros com a boca estraçalhada ou arrancada, funcionários laçando os animais e chutando-os selvagemente, são cenas chocantes exigindo dos governantes de São Paulo solução para evitar esse estúpido sofrimento.Já que a vigilância sanitária, os homens do controle de doenças e epidemias afirmam que é preciso eliminar os animais, então que a se faça isso sem causar sofrimento. A brutalidade é desnecessária, é possível matar decentemente.

Vale lembrar que esses funcionários são pessoas que nas festas de fim de ano abraçam e desejam paz e felicidade para os outros e o mesmo que arranca a boca de um cachorro e lhe chuta o ventre durante o dia, chega em casa cansado e quer assistir a televisão em paz com a sua família.

O orgulho desmesurado, hybris, foi compartilhado entre Hitler e a sociedade alemã da sua época.

Ian kershaw, chefe do departamento de história de uma universidade inglesa(Sheffield) lança o livro “Hitler-nemesis”. Segundo tomo da sua obra sobre Hitler , anos de trabalho e pesquisa.

Segundo o conceituado pesquisador do nazismo, Hitler transformou o anti-semitismo da população em paranóia coletiva.Hitler foi bem menos do que aparenta e do que se apresenta. Jamais chegaria aonde chegou se não tivesse o amplo apoio da população alemã.O primeiro mistério para o historiador foi: como uma sociedade tão culta, um povo de filósofos, artistas e cientistas, se deixou levar por algo assim monstruoso?

Segundo kershaw, é preciso abandonar o julgamento moral e emocional e adotar apenas um julgamento histórico. Há, -continua-, na indústria cultural a trivialização da exploração da imagem de Hitler.É preciso uma isenção de paixões para que um julgamento se aproxime da verdade. O expansionismo alemão era um sonho com raízes fincadas no passado e Hitler não era assim tão capaz, apenas teve a capacidade de catalisar os sentimentos de um povo, explorar e transformá-los em cumplicidade e força. O julgamento do século XXI deverá ser diferente e mostrar que Hitler não era um louco, apenas respondeu aos anseios de um povo.Foi a criação, o fruto de uma circunstância, de um modo de pensar coletivo que precisava ser organizado.

Todos devemos nos posicionar sobre as atrocidades atuais cometidas pelo homem, mesmo, e principalmente, contra os cães, seres indefesos por excelência.E também olhar com serenidade para a loucura febril dos jovens amantes da musica rock e compreender que isso poderia ser transformado numa grande força para os oprimidos e famintos do mundo.

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MARCIANO VASQUES –SP





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