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Poesias-->A morte de Saturno -- 17/09/2006 - 20:28 (Jader Ferreira) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A morte de Saturno





Ontem, o mendigo Saturno morreu

Morrem estrelas e morrem os planetas

Somem no espaço muitos cometas.

Ontem foi Saturno quem morreu

Ele era apenas um mendigo de rua

Quase um santo

Sua barba era um manto poluído

Um pedaço sujo da lua

Era planeta sem brilho —não tinha filho

Ninguém cuidava dele —nem eu.

Ainda assim, perdi um pouco de brilho

Quando soube que o Saturno morreu.





Luciferina





A morte não me apavora

O que me assusta é o exato da hora:

Quando, flutuando no teto, me vir na cama

Qual barata branca —inerme e ressupina

Bateria fraca (carente de luciferina)

As combustões químicas internas cessando

As hemácias sem vida, silentes —já todas quietas

E um grande frio tomando conta de tudo,

Haverá talvez em mim um desejo de gritar

Mas ninguém ouvirá meu grito . Que pena!...

Terei eu, de repente, ficado mudo?







Deus x Deus







Deus é um antípoda de Deus

Dá a vida mas depois oferece a morte



Dá o dia claro e depois o prêmio da noite escura

A doença fácil e a difícil cura

Ah, eu não agüento esse Deus e seus opostos!

Mas depois vem Jesus, bonzinho,

Recuperando tudo com seus apóstolos...





Os pais e os filhos



Pensei em nós, em nossos meninos

Os pais somos apenas projetos,

Um rascunho rabiscado em caderno reciclado

O filho é uma cópia do pai

Aquele que foi um dia seu ancestral

O menino é um pai passado a limpo muitas vezes.

É software moderno, mais atual...









Minha esposa querida





Peço a Deus e queira que não:

Se ela morrer primeiro, estarei perdido...

Quem cuidará de mim?

Quem trará no banheiro meus chinelos?

E, na cama, as minhas cobertas quentes?

Já me acostumei com essas tantas mordomias

O café quentinho, quem me levará na manhã fria?

Quem passará meu pijama?

E, quando a geladeira ficar vazia,

O chão da casa empoeirado,

Como explicar pro meu vizinho ao lado?

Quando bater vontade de comer feijoada

Ou uma bela macarronada,

Quem vai cozinhar pra mim?

Já está decidido: a minha esposa querida

Não poderá morrer antes de mim...





Deus, me desculpe!



Além do físico, do que é concreto

Nada existe —tudo é incerto.

Apenas no que é palpável e visível eu creio

Na estrada da vida que se finda tudo se acaba

Além da curva da morte não existe nada...















































































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