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Artigos-->Museu Internacional de Arte Naïf do Brasil -- 20/09/2002 - 07:05 (Paula Valéria) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Museu Internacional de Arte Naïf do Brasil



O MIAN - Museu Internacional de Arte Naïf do Brasil, localizado no Rio de Janeiro, é o maior e mais completo museu naïf do mundo. Possui mais de 8.000 obras, de artistas de todos os estados do Brasil e de mais de 130 países, desde o século XIV até os dias de hoje, com destaque para a maior tela naïf do mundo, de 4x7m, da carioca Lia Mittarakis, que retrata a Baía de Guanabara e vários pontos turísticos do Rio de Janeiro. A pintura naïf brasileira é uma das manifestações mais autênticas da nossa cultura e ocupa lugar de destaque no contexto mundial. As exposições internacionais dão ao visitante a oportunidade de fazer uma volta ao mundo, conhecendo cenas do cotidiano, do imaginário, das paisagens e das celebrações típicas de vários países, retratadas com a ingenuidade de artistas dos cinco continentes. A Esfera conversou com Jacqueline Finkelstein, diretora da museu.



Esfera - O que é exatamente a arte naïf?

Jacqueline - O adjetivo naïf é o mais empregado para o gênero de pintura chamado também de ingênuo e às vezes primitiva (no Brasil). Na época em que foi lançado, o termo naïf era um apelido, como em outras épocas, os pintores foram chamados de impressionistas, cubistas, futuristas, etc. Os naïfs, em geral, são autodidatas e sua pintura não é ligada a nenhuma escola ou tendência. Essa é a força desses artistas que podem pintar sem regras, nem constrangimentos. Podem ousar tudo. São os "poetas anarquistas do pincel". Ser naïf é um estado de espírito que leva a uma maneira toda pessoal de pintar. Podemos encontrar pintores ingênuos entre sapateiros, carteiros, donas de casa, médicos, jornalistas e até diplomatas.



PV - Como é a história da arte naïf no Brasil?



Jacqueline - O Brasil, junto com a França, a ex-Iugoslávia, o Haiti e a Itália, é um dos "cinco grandes" da arte naïf no mundo. Um grande número de obras de pintores naïf brasileiros faz parte do acervo dos principais museus de arte naïf existentes no mundo. Os quadros de naïfs brasileiros são reproduzidos nos mais importantes livros estrangeiros sobre arte naïf. Não há uma exposição naïf internacional importante sem que os artistas naïfs brasileiros sejam convidados a participar.O único pintor brasileiro (entre todas as tendências) a ser premiado numa Bienal de Veneza, foi Chico da Silva, em 1966, na 33ª Bienal. Ganhou menção honrosa com a sua pintura. A pintura naïf brasileira é muito rica e cheia de imprevistos. Devido à diversidade de temas relativos à fauna, à flora e ao sincretismo religioso e às suas várias etnias, o Brasil ocupa lugar de destaque no contexto mundial de arte naïf. Em toda a história da pintura brasileira, nunca tantos artistas tiveram suas obras expostas, publicadas, comentadas e citadas como são os pintores naïfs. Os pintores naïfs do Brasil, podem ser considerados os mais autênticos porta-bandeiras da pintura brasileira, de todas as tendências e épocas.



PV - Quem são os artistas mais significativos nesse estilo?



Jacqueline - Brasileiros, temos: Heitor dos Prazeres, Chico da Silva, Miranda, Cardosinho, Iracema, Ivonaldo, Lia Mittarakis, Aparecida Azedo, Waldomiro de Deus, Gerson, Elza, dentre muitos. Estrangeiros: Rousseau, Rabuzin, Generalic, Grandma Moses, Thraki Jones, Prefete Duffaut, dentre muitos.



PV - Quando foi fundado o museu?



Jacqueline - O MIAN tem como acervo básico a coleção particular de arte naïf de Lucien Finkelstein, constituída ao longo de quarenta anos. A paixão de Lucien Finkelstein pela arte naïf brasileira fez com que descobrisse inúmeros talentos, como Miranda, Bebeth, Dalvan, por exemplo, e começasse a comprar quadros. Com o passar do tempo, a coleção foi sendo enriquecida por obras de naïfs estrangeiros, reunidas nas suas viagens ao exterior. Quando o número de obras da coleção chegou a uma quantidade expressiva, cerca de mil, o desejo de partilhar esse acervo com o povo do Rio de Janeiro e do Brasil levou Lucien Finkelstein a, em janeiro de 1985, instituir a Fundação Lucien Finkelstein, entidade civil sem fins lucrativos, cujo objetivo era a criação do MIAN. Em 1988 foi realizada a primeira grande mostra de parte do acervo do MIAN, O Mundo Fascinante dos Pintores naïfs, que ocupou os salões do Paço Imperial. Em 1990, realizou uma coletiva de cem quadros dos pintores camponeses do Equador, no Centro Cultural Banco do Brasil, chamada Pintores naïfs do Equador. Em 1994, participou da INSITA 94, Trienal Internacional de Arte naïf, em Bratislava, Eslováquia. Participou da coletiva na Feira Internacional do Livro, em Frankfurt, Alemanha, com a mostra intitulada naïfs Brasileiros de Hoje. Também em 1994, foi adquirido o belo casarão da rua Cosme Velho. No ano seguinte, Lucien Finkelstein cedeu a casa em comodato para a Fundação nela abrigar o seu acervo. Com o apoio da Secretaria Municipal de Cultura do Rio de Janeiro, em outubro de 1995 inaugurou a exposição naïfs do Estrangeiro e abriam-se definitivamente as portas do MIAN ao público.



PV - Quais são as exposições permanentes do museu e os seus horários de visitação?



Jacqueline - Exposições:



Salve, Rio de Janeiro - Programada de início como uma exposição temática temporária, a mostra se tornou permanente por insistência das escolas e revela vários pontos turísticos do Rio de Janeiro e conta um pouco da história da cidade maravilhosa.



Brasil, cinco séculos - Exposição da tela gigante de Aparecida Azedo, de 24 x 1,35m, dentro das comemorações do V Centenário do Descobrimento do Brasil. A tela conta a história do Brasil desde o descobrimento até a inauguração de Brasília, intercalando fatos históricos e momentos econômicos.



Permanentemente o MIAN realiza mostras internacionais com obras de seu próprio acervo. Atualmente pode-se ver Ibero-Américas, lenda e realidade, que reúne quadros de todos os países latino-americanos, mais Espanha e Portugal, cujos secretários municipais de cultura se reúnem no Rio de Janeiro, em julho de 2000. Textos sobre lendas e tradições dos vários países e mapas de localização complementam a mostra.



O horário de visitação é de terça a sexta-feira das 10 às 18h; sábados, domingos e feriados das 12 às 18h. O ingresso para adultos custa R$5,00, para estudantes e terceira idade R$2,50. O museu fica na rua Cosme Velho, 561, a trinta metros da estação do trenzinho que leva ao Corcovado (Cristo Redentor), numa bela casa cercada de mangueiras centenárias, em área de mais de mil metros quadrados. É um prédio histórico do barroco brasileiro.







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