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Cordel-->QUEM SEMEIA A VIDA -- 06/02/2013 - 07:40 (pedro marcilio da silva leite) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
QUEM SEMEIA A VIDA
NÃO ALIMENTA OS RATOS

O amigo que me perdoe
essa minha presunção,
mesmo que falar me doe
o tema dessa preleção,
não brinque e não caçoe
que é falta de educação.

Aliás, é a maior falta
que se faz hoje em dia.
Se o estresse desacalma
trazendo a taquicardia
o que mais dói a alma
é criança com picardia.

Não devo perder o foco
com as questões infantis;
por isso rápido me toco,
que isso são outros brasis
e, um dia ou mais logo,
vou falar por ser raiz.

Raiz na formação brasileira
quando o tempo era colonial
que essa mistura é verdadeira.
Chegaram tribos de Portugal,
da África; tribos guerreiras
formando um molho legal.

Nosso tema é desperdício
que não vamos desperdiçar.
Quem sabe um exercício?
para depois não se lamentar:
mudar com novo princípio
a tal Cadeia Desalimentar.

Tudo começa na agricultura
e no campo à hora de semear,
quando por erro de cultura
sementes se põem a estragar.
Nas intempéries, a vida dura
queima ou se põem a alagar.

Como nem todas vão brotar
somando com as estragadas,
aí começa o tal desperdiçar.
Com o tempo surge a florada
e os grãos que vão madurar
colhidos na data marcada.

Muitos desses são perdidos
por manuseio inadequado
e, até costumes esquecidos
que com os antigos, usados,
deixavam solos enriquecidos
e poucos desperdiçados.

Após colheita, no transporte
aos centros distribuidores,
as perdas são de toda sorte.
São pelos seus carregadores,
pelas caixas, sacos e suporte
utilizados por importadores.

As centrais de abastecimento
comuns nas grandes cidades,
o desperdício é monumento
a insensatez e a crueldade.
O desperdício de alimento
é um prato cheio de maldade.

Começa pelos caminhões,
no transporte dos produtos
das fazendas e plantações
pelas rodovias e viadutos,
indo até aos grandes galpões
e, aí se perde pouco do tudo.

É na seleção e estocagem;
é no manuseio e distribuição
que chega ao fim da viagem,
a quantidade de alimentação
que poderia ser a vantagem
aos muitos famintos da nação.

Toneladas de comida perdida
quando pelas ruas transportadas,
outras tantas que são repelidas
por até se mostrarem passadas
e, muitas até ao lixo remetidas
pois o tempo deixou estragada.

Esse é um caminho perverso
até as lojas, feiras e mercados,
quando aí, amigo, eu não meço
o desperdício mais exagerado,
até mesmo pela falta de preço,
quando tudo é fora jogado.

Até pegar o caminho de casa
a tragédia do desperdício
parece que usando de asa
toma a velocidade do ofício
dos que obstáculo ultrapassa
por mais que seja difícil.

Que essa é a tragédia do lar
produzida em todos os sentidos:
com quem se dispôs a comprar
se golpeia mais que a inimigo;
nem se pode a casa reformar
pois muito dinheiro é perdido.

Os restos de comida deixados
por frestas e cantos da morada
dão abrigo aos bichos alados,
minúsculas peçonhas deixadas
para ungir por todos os lados
a podridão do rango estragado.

A sobra que no prato ficou
da barriga é menor que o olhar,
é o que mais sempre alimentou
e, nos lixões ainda vai alimentar
a população desse predador:
o rato que está a espreitar.

Ter menos gente do que rato
talvez seja essa a explicação,
o desperdício de comida é fato
e ao rato cabe a multiplicação
por ter apetite e muito faro
e, ainda gente como garção.

No mundo mais de 1 bilhão,
no Brasil dezenas de milhões
não comem de milho, um grão
nem um punhado de feijões,
na mais completa desnutrição
vivem de esperanças e ilusões.

Nem chegam muito a viver
pois são um quebrado prato
sem ter comida pra comer.
Enquanto se alimenta rato
milhares estão a morrer
isso com Deus não é trato.

Hoje, nem na mesa a oração
de agradecimento se faz,
parecendo até domínio do cão
reinando num mundo sem paz.
É a dor da fome, a desnutrição,
de que o homem é capaz.

O amigo me perdoe, novamente
mas a gente não vai se revoltar
nós vamos é plantar sementes
que não vão morrer, vão brotar...
comerão o que precisam, somente
e, comida fora não mais vão jogar.

Aí então, todos, nesse momento
ao Senhor agradecerão sem surpresa,
pois, nos será dado entendimento
e clamaremos unidos Sua Grandeza
-Obrigado Senhor por este alimento
que nunca mais nos faltará na mesa.

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