Foi encontrada num bosque da Vila Hauer, tradicional bairro da cidade de Curitiba, uma aeronave do tipo helicóptero, em estado inservível, de fabricação chinesa.
A aeronave estava quase totalmente desfigurada, sendo visível o descaso com que foi tratada pelo seu proprietário, que a lançou sobre a cerca que separa o parque de um conjunto popular.
A queda da aeronave não provocou danos maiores à vegetação, tampouco gerou vítimas, além do próprio meio ambiente, que terá um prazo de cerca de quatrocentos anos para dissolvê-la.
Algumas autoridades consultadas afirmam que se o objeto, arremessado por uma criança enfastiada, for recolhido pelos catadores de plásticos que atuam pelo bairro, certamente terá utilidade maior para a sociedade paranaense e brasileira.
Outro dano considerável foi o causado ao tesouro nacional, já que a aeronave foi contrabandeada do Paraguai por sacoleiros, sendo vendida por R$ 1,99 numa lojinha de bairro, daquelas que não costumam declarar a venda de objetos de origem oriental.
Técnicos afirmaram que o custo para produzir uma aeronave de plástico do mesmo tipo em território nacional seria superior, uma vez que os produtos contrabandeados da China via Paraguai tem qualidade que satisfazem as classes média e popular, principalmente por serem mais baratos inteiros do que em caso de reposição de peças.
Industriais brasileiros confirmaram a informação técnica que os impostos e salários brasileiros estão acima da média praticada nos países asiáticos em desenvolvimento, sendo preferível importar produtos de baixa qualidade, ou se for o caso, contrabandeá-los, como fazem os muambeiros.
Técnicos fazendários evitaram tecer críticas aos fiscais de fronteira e aos responsáveis pelas regras que norteiam a indústria e o comércio nacionais.
A polícia curitibana está realizando buscas intensas para descobrir o nome da criança que jogou o helicóptero no bosque, sendo provável que o menor seja encaminhado a uma casa de correção, e os pais multados por não educarem os filhos de modo adequado.
Dizem que o infrator, ninguém sabe ao certo, não quer manifestar sua opinião sobre o caso.
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