Eu estava tentando deixar os comentários políticos de lado, mas então fui indagado por alguém sobre as revoluções do Sul, aquela história recente de separatismo, etc.
Bem, o que sei sem consultar livros ou sites especializados como o riogrande.com.br e outros tantos é que houve nos anos precedentes a 1835 uma política protecionista do governo brasileiro para com o charque uruguaio, com poucos ou isento de impostos, e uma taxação alta contra o charque gaúcho, que permitia aos fazendeiros da Bacia do Prata melhor condição do que a dos inconformados habitantes do Continente de São Pedro do Rio Grande.
A economia gaúcha era dependente do comércio da carne salgada e o pessoal da corte imperial tinha interesses do outro lado da fronteira. Os fazendeiros gaúchos, descontentes, fizeram exigências, não foram atendidos e levantaram as armas contra o império fraco, comandado por juntas militares que manipulavam o frágil Pedro Segundo, já que o pai tinha se mandado para Portugal.
Pedro coitado não era bom articulador e seu império tinha problemas seguidos. Acabou caindo mais tarde, vítima dos ardis de militares republicanos, que enxergavam no império a semente do mal.
Mas como perguntou a guria, no dia 20 de Setembro de 1835, cansados de pertencer a um gigante adormecido, Bento Gonçalves da Silva, Davi Ganabarro e outros tantos resolveram proclamar uma república, também conhecida como República de Piratini. A guerra continuou e os catarinenses, estimulados, proclamaram a República Juliana.
O império brasileiro estava quase desmoronando, e foi deslocado para o sul Luís Alves de Lima e Silva, conhecido como Duque de Caxias, para pacificar os revoltosos.
Os argentinos até convidaram os revoltosos gaúchos para se tornarem hermanos, mas não houve acordo. As tropas gaudérias lutavam com o que podiam contra as forças do império, com roupas que se desgastaram e deram origem ao termo farrapos - farroupilha, a guerra dos miseráveis sem farda contra o império. E tem mais coisa. Mas o espaço é curto. A guerra teve origem na questão econômica. Não foi etnocentrismo barato. E deixou a marca de luta na alma de um povo.
Intressante reler este texto tantos anos depois(20130, em Sâo Borja, e rever alguns conceitos. A revolução dos estancieiros contra o Império. O povo deixou o suor nas coxilhas e o Brasil continuou a mesma porcaria. |