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Artigos-->O MARFIM DO SÉCULO PASSADO -- 25/02/2001 - 00:45 (MARCIANO VASQUES) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O MARFIM DO SÉCULO PASSADO



O século XX passou. Com ele me acostumei de tal maneira que pensava não me habituar com outro; a idéia do tempo fica impregnada em nossa alma.

Agora tenho que me adaptar ao novo. Evidente que mudança de século é uma ilusão que vem das calendas. Ilusão que produz um efeito fantástico se considerarmos que o novo tempo pode estar dentro da gente e significar algo mais do que a mudança de calendário.

Mas queria falar algo do século passado, visto que nasci na sua metade e sou agora alguém que nasceu no século passado. Dentro de um certo tempo possivelmente se esboçará sobre mim a sensação que se tinha quando se referia alguém ao Machado de Assis, que, por exemplo, nascera no século passado, o XIX. Sensação que em nada o desmerecia nem reduzia - lhe a importância literária.

Tantas coisas no século passado, conquistas e revoluções, convivendo com atraso e ignorância. Coisas ficaram para serem resolvidas no nosso novo século XXI, que espero sejam mesmo resolvidas, já que a única certeza que eu teria é que morrerei no século XXI.

Uma delas é a escravização do cavalo que ainda persiste no lado ignorante da humanidade.Espero que o pobre animal não ultrapasse o próximo século (de tantas conquistas tecnológicas) ainda escravo do homem, mas que se torne definitivamente seu companheiro.Não quero ser pessimista a ponto de acreditar que o homem queira dizimá-lo caso não encontre uma outra utilidade para o animal.Claro que a carne sinaliza para o futuro sem carroças, além do lazer dos esportes hípicos, garantindo assim a sobrevivência das raças mais fortes. Creio que a humanidade evolui quando pensa nos animais que são sacrificados. Dói e arrepia pensar com sinceridade nos búfalos do velho oeste americano.

De qualquer forma, como o ser humano ainda convive com crianças abandonadas, como posso almejar uma grandeza maior da sua alma?Mas não se pode generalizar, pois há muita gente que sofre com as seqüelas humanas e, além do mais, como almejar qualquer coisa visto que sou apenas um escritor e escritores também cometem deslizes, perguntem, por exemplo, ao Carlos Heitor Cony, que é imenso.

Tanta coisa no século passado e escolhi falar dos paquidermes.Quanto sofrimento! Se a humanidade pudesse rememorar o sofrimento dos elefantes, o assassinato brutal do gigante cinza,ficaria envergonhada ao olhar para uma peça de marfim, um cabo de faca, que seja.

Marfim, o magnífico ouro branco que ensangüentou brutalmente as florestas, usado em quase tudo.A forma como foi o marfim arrancado do corpo do animal, as milhares de vida assassinadas para o luxo e o conforto humano, a chacina medonha dos elefantes, os corpos dilacerados, é algo que a humanidade não poderia esquecer.

Seria esta a mancha branca do sofrimento que “foi necessária” para o conforto e o progresso humano até que um cientista belga criou o plástico sintético, logo no inicio do século, na primeira década.

O novo material passou a ser usado em quase tudo, telefone, cabo de talheres, peças eletrônicas, etc. O plástico, o maravilhoso material que vai entulhar o planeta no século XXI, pois no futuro não tão distante teremos montanhas de plásticos no planeta, se os governantes não se preocuparem adequadamente com, por exemplo, o exagero de garrafas de refrigerantes. Mas tudo o que ocorre no planeta por ação humana tem como motivo e razão de ser o lucro, o acúmulo de riquezas, o dinheiro.

Até mesmo a alegria e a ilusão, pois que todas as narrativas sobre as lendas do papai-noel não se referem ao fato de que o papai-noel tal como o conhecemos aqui no Brasil com suas roupa vermelha característica , foi uma invenção da coca-cola.

Acumulo de riquezas e o plástico que salvou os elefantes são coisas que um dia prejudicarão definitivamente o planeta.

Brigite Bardot merece uma digressão, para nos lembrarmos que ela merece um beijo, agora mais do que no passado, um beijo de toda a humanidade, ou pelo menos dos homens de boa vontade sobre a face da terra.

Vamos encerrar dando vivas ao plástico e rogar por alguns segundos pelas indefesas criaturas que chamamos elefantes, que mancharam o século passado de marfim.



MARCIANO VASQUES









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