A menina
Do coração latente de amor e do inchaço-cansaço da barriga pesada...
Quando pálido e tímido, brilhando de mansinho na imensidão infindável da inesperada beleza daquele repentino céu azulado (que só permitia mostrar suas mais brancas e brandas e calmas nuvens
passeando tranquilas na carona das brisas calmas)...
Quando o sol, surpreendentemente aqueceu de leve aquele frio dia do inverno de maio...aconteceu... a menina! Deu-se a luz à menina!
Com seu pescocinho aparentando frágil por duas voltas do cordão enrolado, com o nó, já insistente e persistente - pobre dele! - de uma forca formado...
Bravamente, determinadamente, intrépida e perseverantemente...
Veio à luz, reforçando-a e iluminando-a ainda mais.... a luz da menina!
Brincando estrepolias travessas,
rindo seus risos largos,
aninhando corações indefesos,
enfrentando seus ventos bravos,
reinventando as cores da vida,
resgatando abandonos perdidos...
Foi assim a menina crescendo sua meninice:
Abrindo leques tão perfumados de meiguice,
que abanaram tantos corações por vezes iludidos...
tantos corações por vezes fatigados!
E hoje, começando a galgar o - ah, tão sublime! - caminho da mocidade,
Segue a menina dançando as danças da lida da vida nunca ensinada.
Mas a menina - essa menina - comanda com destreza e liberdade
As músicas de toda e qualquer orquestra - até mesmo da desafinada!
Rege com a maestria inata, sua estrada, suas dores, seus amores...
E aquela barriga, um dia pesada, inchada-cansada, enche a alma de cores.
E laureia a menina - a sua menina - com as mais lindas e amadas colhidas flores!!
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