UM VOO ATÉ VOCE
Estou falando com você, numa cavalgada pelas noites enluaradas
Atravessando a brisa da cidade adormecida, ouvindo cânticos selvagens
Segurando uma última esperança, uma árvore na beira do abismo
Para ninguém ouvir meus passos
Pouso minhas mãos em seus rosto com tanta suavidade, e os ouvidos aguçados,
Que ouço sua respiração
Falo calma, mas tenho pressa, o dia virá
Desejo você, que é quem tanto esperei
Sei que me esperavas também
Convido-o com meus olhos, sem mistério, sem falsidade,
Para nos cobrir em tímidos lençóis, nus de roupas e medos
Mas cobertos de beijos anelantes
E atravesso a adormecida cidade
Não há estrelas no céu, mas a noite é para o amor
A brisa assobia uma melodia triste, porque preciso ir mais depressa
De voltar
Essa viagem é demorada, é longa, mas a volta até você... é eterna
Porque nos amamos
A lua bate sobre meu corpo viajante, derrama uma luz suave
Se confundindo com as estrelas que não vieram nesta noite
E um grito abafado, um gemido sufocado em desafios a cidade
Nosso leito de amor, nossos corpos enlaçados,
No ímpeto de um desejo só Tenho que voltar...
A madrugada é rompida pelos primeiros raios de sol
E retorno, numa cavalgada mais rápida, para o quarto que você não pode dormir.
Lira Vargas.
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