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Contos-->Pequenos anarquistas - conto VI - Os caras -- 16/09/2005 - 01:03 (Marco Túlio de Souza) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Os caras.

Um diretor de Cooperativa.
Um diretor de Clube.
Um empresário, que a gente nunca soube
se ele é dono ou não é.
Um operário.
Um aposentado.
Um deslocado.
Um descolado.
Um advogado
Um médico.
Um cara que fumava Hilton
e tomava uísque caro.
Um do Estadual.
Um do Napoleão.
Um do Polivalente.
Um do Monsenhor Horta.
Um joga botão outro
joga, também.
Um joga sinuca,
Outros também jogam,
Jogam nada!
Um joga bola.
Outro nunca jogou.
Outro tentou.
Todos cruzeirenses.
Poucos atleticanos.
Um é músico;
Outro escreve;
O outro recebe;
Outro deve;
Alguns têm diploma e não sabem nem
onde estão.
Tem aqueles que lembram.
Outros têm 2º grau outros tem oitava.
Uns lêem pouco, outros poucos lêem,
uns lêem muito e
outros nada lerão.
Um que bebia.
Outro que nunca bebeu.
Outros que bebiam.
Quase todos não bebem, ou bebem,
sei lá.
Um que fumava.
Outros nem fumavam.
Outros que pararam de fumar.
Outro que voltou a fumar.
Um que fuma.
Outro que ia.
Outros que nem iam.
Uma bebida escondida.
Um porão pra beber.
Uma granja pra pirar.
Um litro de leite em frente à farmácia.
Um juizado no portão.
Pirados na praça num banco qualquer.
No meio da praça um lugar proibido.
Meninas! Não fiquem na praça.
Mãe vou ficar.
Um violão made in Lafaiete.
Canções tão diversas.
E jovens Persas.
E pessoas dispersas.
Um pede Dorothy Lamor
Um pede batom.
Uma calça Lee.
Uma calça Levis.
Um cavalo de aço.
Uma pantalona qualquer.
Uma calça manchada.
Madrugada e dia tanto fazia.
Serenata pra ela, polícia pode esperar.
Um Grupo Capote.
Um Fagner num “Canteiro”.
Ednardo “Rasgando um buraco no azul”.
Bar do seu Daniel,
um doce de abóbora de coração.
Uma risada gostosa, amor sensação.
Um bar de parada.
Conversa e avião.
Uns caras envocados.
Outros bobão.
Metropol , Dops, delegado malvado.
E o Chefe sendo sempre observando.
Feira da Paz vai chegar,
alguma coisa vão aprontar.
O Dom Pedro acabou vou pro Sider
tentar segurar.
Fulano tá ai? Espera ai vou chamar.
Fulano voltou? Espera vou olhar.
Fulano dançou? Claro.
Fulana dançou? Disso eu nunca ouvi falar.
Vestibular e o sonho da cabeça raspada.
Um que foi embora.
Não tinham carro, andavam pouco,
mas andavam de carro.
Dos outros claro!
Um pega de fusca.
Fruta verde roubada.
Mulher, namorada.
Cinema das quatro.
Pegar na mão e um beijo ladrão.
Um carnaval esperado.
Vestir de mulher.
Uma mulher encantada.
E um cara qualquer.
Um ladrão de mulher.
Uma semana, santa.
Um paletó emprestado.
Uma brincadeira dançante.
Um doido pirado, e o danado
nem foi convidado.
Um aniversariante que chega com
os convidados.
Tem uns que, não são nem convidados.
Mas vão.
Ídolos que eram espelhos de sobrancelhas.
Nelson Mota e um “Sábado Som”.
Um disco de vinil e uma vitrola para escutar.
Um som qualquer.
Meninos de fora.
Meninas de fora.
Irmãs Miss Brasil.
Menina emburrada, mas que
morena arrumada.
Irmãs piradas e uma mais comportada.
Que gente pirada.
Uma travessia a linha do Equador.
Transpôs confusão.
Estão querendo asfaltar?
Desculpem não quero mais falar.

Autor: Marco Túlio de Souza
Todos os direitos reservados ao autor.

Esta é uma homenagem a todos que um dia foram pequenos anarquistas como a minha turma.



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