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Roteiro_de_Filme_ou_Novela-->FLORES PARA IEMANJÁ (PARTE 3) -- 10/05/2009 - 00:49 (Andra Valladares) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
FLORES PARA IEMANJÁ (PARTE 3)


Paulo entrou no carro junto com sua mãe, enquanto pensava no que iria fazer para conseguir as rosas para ofertar a Iemanjá.

Seguiu rumo ao hospital e no caminho viu uma floricultura com várias rosas brancas em um vaso... Pensou em parar, mas como hospital já estava próximo resolveu levar a mãe primeiro para depois comprar as rosas...

Assim que chegou ao hospital, disse para a mãe: - Vou resolver um probleminha e volto mais tarde para buscá-la, está bem?

A mãe concordou, acenando com a cabeça, e assim que ela desceu do carro, ele partiu em disparada para a floricultura que havia visto. Parou em frente, e as rosas ainda estavam no vaso.

Sorriu e pensou: “Que sorte, rosas brancas, abertas...”

Paulo entrou na loja confiante, e, apontando para o vaso em frente à loja, disse à moça no balcão: "- Quero sete daquelas rosas ali."

- "Ok." Ela respondeu, dirigindo-se ao vaso.

Pegou as sete rosas e depois sete sacolas plásticas e começou a embalá-las, uma a uma.

Sem entender o que estava acontecendo, Paulo perguntou:

- "Porque você está colocando as rosas nessas sacolas?! Assim elas vão murchar..."

A moça, sem levantar a cabeça, disse: “- Fique tranqüilo, elas não vão murchar pois são flores de seda... Parecem reais, não? Até o orvalho nas pétalas parece verdadeiro...”

E continuou embalando as rosas; mas quando terminou de embalar e se virou para o freguês, ele não estava mais lá...

Paulo, entrou no carro e pensou: "- Era só o que me faltava... rosas artificiais..."

Lembrou-se novamente da avó dizendo: “- Iemanjá gosta de perfume ela é uma rainha vaidosa...”

Olhou no relógio e já era 18h30min, tinha de se apressar para conseguir as rosas. Decidiu retornar à casa da Dona Carlota e roubar as rosas...

“Roubar, não, pegar emprestado... Depois explico a ela o que aconteceu, certamente ela não ficará brava comigo, afinal, é por uma boa causa...” pensou.

Já estava escurecendo, quando chegou em frente à casa de Dona Carlota. Mas ainda havia muita gente na rua, e pegaria mal se alguém o visse pulando o muro para roubar rosas.

Decidiu esperar mais um pouquinho para ficar mais escuro. Os minutos pareciam se arrastar enquanto esperava, mas ao mesmo tempo estava desesperado pois tinha de pegar as rosas e ainda ir buscar sua mãe no hospital... “Que pesadelo” - pensou.

Assim que escureceu, ele desceu do carro e lembrou-se que, por sorte, que tinha uma tesoura em sua caixa de ferramentas. Isso iria ajudar a pegar as rosas com maior facilidade.

Aproveitou que a rua estava deserta, e rapidamente atravessou-a, subiu no muro e pulou no jardim, esgueirando-se próximo ao muro para ficar mais o escondido possível.

Seu coração parecia que iria saltar pela boca, seria horrível que alguém o visse ali, roubando rosas no jardim de uma mulher que estava com o filho internado no hospital...

Pensando assim, foi ficando mais nervoso... Chegou próximo à primeira roseira, mas antes que pudesse tocar na rosa, escutou um barulho leve, como se fossem passos que viessem vagarosamente para a sua direção. Olhou ao redor e no escuro percebeu um par de olhos brilhantes voltados para si... Em seguida escutou um rosnado de arrepiar: - Grrrrrrrrr....

Um frio percorreu-lhe a espinha, e Paulo saiu em desabalada carreira, para conseguir pular o muro, antes que o cachorro lhe cravasse os dentes...

Por fim, conseguiu chegar até muro, mas agora ele parecia mais alto que quando havia entrado no jardim. Deu um salto, mas antes de conseguir pular, sentiu que havia um peso extra em uma de suas pernas, algo havia agarrado sua calça... Sacudiu a perna várias vezes e nada, o cachorro continuava agarrado. Então, com a outra perna, deu uma chave no pescoço do cachorro, que acabou soltando a calça.

Por sorte, não havia ninguém na rua naquele momento. Paulo, lívido, pensou que iria desmaiar de tanto susto... Não sabia que Dona Carlota tinha um cachorro... Agora seria impossível pegar as rosas...

Tentou acalmar-se, mas seu coração estava acelerado. Sentou-se na calçada, e olhando para o fundo do jardim, percebeu que havia um portão que separava o jardim do quintal.

Então teve uma idéia: “ Se conseguisse atrair o cachorro para lá, poderia trancar o portão e colher as rosas...”

Pegou as chaves da casa de sua mãe e entrou. Foi direto à geladeira, onde encontrou um belo bife, que poderia ter sido o seu almoço... Lembrou, então, que seu estômago estava vazio, mas não havia tempo para comer.

Saiu da casa de sua mãe e, circulando o muro da casa da vizinha, atirou um pedaço do bife próximo ao portão.

O cachorro logo apareceu, e então, ele atirou outros três pedaços bem no meio do quintal, e o cachorro foi correndo atrás da carne.

Então, Paulo pulou novamente o muro e trancou o portão. Correu para as roseiras e começou a cortar as rosas. No escuro, não conseguia enxergar os espinhos e foi deixando ali nas roseiras um pouco do seu sangue espalhado...

O cão já havia comido a carne e agora latia feito louco atrás do portão. Logo, poderia chegar um vizinho para ver o que estava acontecendo...

Enquanto retirava as rosas, Paulo sentia os espinhos perfurando seus dedos, seu coração acelerado e o medo que chegasse alguém ou que o cachorro conseguisse pular o portão... Era muito sofrimento ao mesmo tempo, estava em pânico... Tudo aquilo parecida um terrível pesadelo, até que, enfim, conseguiu a sétima rosa...

Ao pular o muro, espetou-se novamente, agora em um dos braços: - Aiiiii ! - gemeu baixinho e pensou: "- Como é sofrida a vida de ladrão de rosas..."


... CONTINUA...

(Andra Valladares)
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