Usina de Letras
Usina de Letras
134 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62181 )

Cartas ( 21334)

Contos (13260)

Cordel (10449)

Cronicas (22532)

Discursos (3238)

Ensaios - (10351)

Erótico (13567)

Frases (50584)

Humor (20028)

Infantil (5425)

Infanto Juvenil (4757)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140792)

Redação (3302)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1959)

Textos Religiosos/Sermões (6184)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Cronicas-->M DAS ONZE DE ANA SUZUKI -- 01/03/2004 - 04:01 (Elane Tomich) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Trem das Onze
Boletim Geral

Essa coisa de pensar que todo nome terminado em "o" é masculino e em "a" é feminino, é coisa de nosso idioma, embora tenhamos palavras como telegrama, telefonema, etc, que são meio travestidas. Essa idéia de chamar mulher de poeta, ao invés de poetisa, com a intenção de valorizá-la, na certa advém do fato de que o masculino não é "poeto". Queria ver alguém dizer que fulana é uma grande poeto!

E, por falar nisso, andei dando uma olhada nos meus poemas. Definitivamente, não sou poeta nem poetisa. Só versejadora. Mas dá pra salvar uns três ou quatro, que estou distribuindo hoje. Aproveitem, porque é liquidação.

Na língua japonesa, como em tantas outras, as palavras não têm gênero, de modo que ficou difícil para os imigrantes nipónicos entender por que dizer, por exemplo, "a casa" e não "o casa", "no cinema" e não "na cinema".

Entretanto, há certas conotações por lá. Leque, por exemplo, é um símbolo masculino, que se usa até como indicação em portas de banheiro público. De certo que os homens japoneses tinham mais direito a sentir calor do que as mulheres (!). E também, com aqueles gestos tão duros que eles usam para abanar-se, o leque não parece nada feminino mesmo...

Cada lembrança! Quando meu avó italiano estava doente, sentia muito calor. Então minha tia solteirona, na falta de ar condicionado ou ventilador, usava um abanador para refrescá-lo. Não um leque, mas um abanador mesmo, próprio para fogão.

Se alguma visita vinha chegando, meu avó muito vaidoso (e cómico), embora estivesse às portas da morte, ordenava com voz rouca e furiosa: "Porca pipa! Abana com estilo, que eu não sou fogareiro!"

Pois é. Por aí dá pra ver de onde provém esse meu estilo poético, avacalhado até à morte. É coisa do Nicolau, um inesquecível marceneiro calabrês, que me sorria nas chegadas e chorava nas partidas de um trem de verdade.

Mas eu tive uma avó romana, gente fina, mulher dele, que me conferiu um
certo gosto pelo que é requintado e cortês. E sobretudo pelo que é apaixonado, e apaixonante.

Ana Suzuki






http://www.elanetomich.com.br
Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui