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Poesias-->Quando os braços se descruzam -- 22/10/2006 - 21:59 (Heleida Nobrega Metello) |
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Procurei ao largo, a cerca
Minha mulher avistou-a a com um olho só
Olhou para mim de um jeito
Disse que a terra era fraca e pouca
Todas as economias, depositadas ali
Num só tempo, tive raiva e dó
Botei um bocado da terra em minhas mãos
Vi ali, o filho novo que tinha para criar
Joguei pro alto, não me importei com o pó
Debrucei-me por inteiro sobre o solo
O sol desgastou minha pele
O corpo impregnou-se de suor
As mãos ficaram por demais calejadas
A terra e os braços, mais fortes
Bem mais fortes...
Veja agora com os dois olhos, MULHER
Não olhe para muito longe. Vai anoitecer
Arredonde a vista. Abrace com o olhar
Veja quantos milagres a terra fez brotar
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