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Cartas-->Elógio a Beleza 13 -- 16/07/2003 - 21:56 (Marcos Lazaro da Silva Bueno) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Como viu, a carta manuscrita que estou te enviando junto a está, esta incompleta. Não porque eu queria que fosse assim, mas porque não tinha o que escrever. Não iria mandar a carta, aliás, não iria mandar nada, iria te esquecer, tirar você da cabeça. Meu inconsciente neste momento diz para parar de escrever, não enviar, guardar suas lembranças comigo, dizer adeus, que foi uma ótima lembrança.

Até aqui, continuo escrevendo, mas é em vão qualquer tentativa de parar. Seria um desabafo, um vício, uma vontade inconsciente de te contar algo o qual não esta nem um pouco interessada, te contar sobre o nada, porque até agora não escrevi nada, nenhuma novidade. Divago, divago, divago, apenas divago e te aborreço.

Talvez não seja eu que esteja escrevendo e escreveu, talvez seja um outro eu, um eu que não conheço, que cada vez que escreve sai de si e te amedronta. Talvez seja eu, talvez não, talvez seja alguém que não conheço, que não te conhece, e que você não conhece. Talvez seja um louco, como se percebe que é, talvez não.

Quantas vezes você já me leu assim, tão perturbado, confuso, sem perceber o que esta escrevendo, que amedronta a primeira vista, a segunda a terceira... Que também sente medo, como estou sentindo agora, mas que não sabe de onde vem o medo, mas sabe que ele existe. Faça-me entender o que escrevo, sem medo, sem barreiras, me faça entender!

Quer que me abra mais do que já me abri? Se te escrever que talvez seja esta uma estratégia de me aproximar, de que na carta manuscrita eu pensei em escrever mais obscenidades, e as tirei por não achar correto para uma dama, para com uma pessoa a quem tenho uma admiração especial. Quer ler os rascunhos? Deve estar pensando que sou uma amoral, um doente, um filho da puta. Na sua opinião o que sou? Talvez o seja, talvez não, talvez o seja nas ocasiões adequadas. Não sei se sou, mas devo ter sido em algum momento. Para não escrever tais imoralidades, sofri, lutei contra minhas opiniões, contra o que penso e fui incoerente em todas as minhas cartas. Poderia ter mandado o rascunho, aliás, em todas as cartas que escrevi, poderia ter mandado o rascunho, como esta que posso estar mandando. Talvez o faça se achar que a carta ficou boa e adequada.

Talvez tenha te perdido há muito tempo. Poderia escrever uma carta a sua maneira que não teria a mínima chance. Se também tivesse escrito a primeira carta que te enviei de maneira correta (não sei a maneira correta de se escrever uma carta correta), talvez até me escrevesse. Você sabe que não sou assim, pois tem hora que sou, tem hora que não.

Estou sem te escrever desde setembro ou outubro. Queria te esquecer. Chegou o final do ano e te escrevi, mas não te enviei a carta. Passou um tempo, e consegui te esquecer, não lembrava nem seu nome, mas um arquivo em minha memória lembrou de seu aniversário. Agora estou eu aqui a poucos dias de seu aniversário te escrevendo. Por quê? Não sei.

Sei que não nutre nenhuma forma de carinho por mim, já não nutria ao nos conhecermos, mas fazer o que. Já escrevi isso tantas vezes e em vão, que seria a mesma coisa que escrever algo a um surdo. Será que continuarei te escrevendo infinitamente, sem que minhas vontades cessem, lembrando sempre as mesmas coisas, as mesmas histórias. Isso é doença, eu sei, preciso de um tratamento urgente, mas será que depois de curado não voltarei a te escrever?

Estou confuso, mas se puder te encontrar na frente de sua casa no dia de seu aniversário, entre sete e sete e meia da noite, seria uma benção. Sabe que continuarei te escrevendo, com intervalos, mas continuarei te escrevendo.

Beijos de quem te gosta, Marcos.
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