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Infantil-->Vivendo Colorido -- 23/02/2003 - 15:33 (Maria Cecília Mussi Ferreira) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
VIVENDO COLORIDO
Cecília Mussi


Naqueles tempos que não se tinha mais tempo nasceu Carolina. Carolina cresceu como era esperado naquelas bandas, mas uma coisa acontecia...Carolina acordava, levantava, pegava o seu cachorrinho, o Pan, e ia pra janela ver a cor do dia.

E cada vez que Carolina olhava, via uma cor diferente! Naqueles tempos que não se tinha mais tempo, ninguém olhava pra cor do dia... Então, depois de muita intrigação, Carolina perguntou pra sua mãe que cor era aquela a daquele dia. Tanto tempo fazia que a sua mãe não olhava pra cor do dia, que ela já tinha esquecido até o nome das cores! Como a sua mãe não tinha tempo e nem sabia mais o nome das cores, Carolina, num outro dia, perguntou pro seu pai a cor daquele dia.

Essa história já estava ficando muito chata! Carolina, é certo, não era igual às outras crianças. Então ficou decidido. O jeito que tinha era trancar as janelas da casa e pronto!
Carolina agora acordava com o seu cachorrinho, o Pan, e via todas as janelas trancadas... e Carolina ficou assim, tão triste, que nem conversava mais... Os pais de Carolina agora estavam contentes porque não tinham mais que perder tempo ouvindo tanta pergunta boba. Carolina agora estava bem, como todas as crianças daqueles tempos.

Naqueles tempos que não se tinha mais tempo, pensar era tão difícil quanto burro voar!
Mas ninguém contava que quanto mais Carolina calava, mais Carolina... pensava! Carolina, junto com o Pan, pensava como queria ver a cor do dia e como queria saber o nome das cores. Ela chegava nas janelas trancadas, e pensava por que naqueles tempos não se tinha mais tempo e por que ninguém mais sabia a cor do dia... Tudo era igual todos os dias. Se chovia ou se fazia sol, se amarelava ou esverdeava, se era noite ou se era dia, Carolina não sabia. Depois de tanto pensar, Carolina resolveu que não podia mais ficar assim. Então arranjou folhas, qualquer uma servia, pintou do verde mais lindo que já se viu e pendurou uma em cada janela da casa! Carolina agora ia poder acordar com o Pan, ir pra janela e olhar pra aquela cor tão bonita que não sabia o nome. E Carolina foi perguntar pra todo mundo que cor tão bonita era aquela que ela tinha pintado e colado nas janelas.

Mas, isso já estava ficando mesmo uma coisa muito chata! Carolina não parava! Seus pais arrancavam as folhas coloridas das janelas e no dia seguinte, pronto! Lá estava outra cor pendurada! Era uma coisa sem fim essa, a de colar e arrancar as cores das janelas! Mas Carolina não desistia! Todo dia, mas todo dia mesmo, Carolina pintava! E ela não pintava mais nas folhas. Agora, Carolina pintava nas janelas. E todo dia limpavam aquela sujeira toda e todo dia Carolina pintava!

Todo mundo daquele lugar já sabia do grande problema que Carolina era e que ela não desistia nunca de pintar a cor do dia. E todo mundo pensava, mas só um pouquinho porque pensar cansava demais, por que a cor do dia era assim tão importante pra Carolina. E pensando, mas só um pouquinho, foram pras janelas de casa pra ver o que é que tinha assim de tão diferente pra se ver. E vendo, todos os dias, começaram a ver que cada dia era diferente do outro dia. Que a cor de cada dia era uma cor diferente! E que também não sabiam mais os nomes das cores! Então, começaram a pensar que cor era aquela, a daquele dia. Depois de tanto pensar e de tanta confusão, eles aprenderam de novo: azul, verde, amarelo, rosa, laranja, marrom, vermelho... E essa, e mais essa, e mais aquela, aquela e aquela. E eles descobriram também que era uma brincadeira danada essa, a de olhar pra cor do dia. E que o tempo que passavam nas janelas era o melhor tempo daqueles tempos que não se tinha mais tempo. E que já fazia muito, mas muito tempo que não se divertiam assim...

Agora, eles olhavam pra cor do dia e pras cores das outras coisas também. Pras cores das flores, pras cores do céu, as estrelas, do luar... E como eles já sabiam o nome das cores e a cor de cada dia, brincando, brincando, brincando, eles começaram também a pensar naqueles tempos que não se tinha mais tempo...

E com todas as janelas abertas, com todas as cores entrando dentro de cada um, até o Pan pensava que agora, naquele lugar, alguma coisa podia mudar...






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