Usina de Letras
Usina de Letras
288 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62175 )

Cartas ( 21334)

Contos (13260)

Cordel (10449)

Cronicas (22531)

Discursos (3238)

Ensaios - (10349)

Erótico (13567)

Frases (50580)

Humor (20028)

Infantil (5424)

Infanto Juvenil (4756)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140791)

Redação (3302)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1959)

Textos Religiosos/Sermões (6183)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Cartas-->Querido Ernesto: -- 17/07/2003 - 20:22 (Nereida) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Querido Ernesto Nazareth:

Quando o "Ameno Resedá" rodou ao meu redor, nem dei bola. Estava tomando um chopinho amigo numa esquina da Maria Antonia e Vilanova. O Chico, mais tarde conhecido como Buarque de Holanda, tocava um violão divino num barzinho imundo, quase na esquina da rua General Jardim. Eu o vi uma só vez, mas nunca esqueci e nunca me espantei que ele subisse assim na carreira musical deste país e se tornasse um nome internacional.

De repente, você, Ernesto, voltou. Veio sobraçando um tango, o "Odeon". Um garoto de 18 anos dedilhava umas cordas estranhas, mas o som era do céu. Deram sumiço nele na "Revolução". Guardei a melodia do "Odeon" e pensei que aí terminaria, por você, minha paixão.

E, num outro repente, numa festa no CRUSP da USP, me aparece a "Faceira" dançando com o "Tenebroso". E, de "Quebradinha", te vi "Brejeiro", apesar de tanto desgosto com a morte da tua mulher e da tua filha. Como você pode compor com tanta graça?

Viajei pelo mundo. Estive até na Argentina, imagine. E lá, entre um Piazzolla e um Gardelzinho, alguém te tocou ao piano. Ah, "Apanhei-te Cavaquinho"! Que rodopios, que vertigens, que sensações! Desde então não te larguei mais. Gostaria de ter tido, contigo, um "Bambino", mas você morreu tão antes de eu ter nascido! Desencontros destes acontecem muito, não é? Peninha.

Querido Ernesto, obrigada por tudo que você nos deu, a mim e ao Brasil dos amantes e dos amorosos. Minha vida teria sido "Branca" sem você. E ainda quero conhecer o Turbilhão de Beijos", que estou guardando para o fim. Para o fim? Para o começo. Porque com você, sempre começo tudo de novo. Como quando ouvi pela primeira vez "Odeon", foi quando estiraste uma corda no meu coração. Daí pra cá foram só acordes. Da Capo.

Um grande abraço na tua eternidade,
Nereida

(Ouvindo Ernesto Nazareth)
Quinta-feira, 17 de julho, 2003
São Paulo, Capital
Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui