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Artigos-->A Torre de Babel -- 23/09/2002 - 21:36 (Felipe Douverny) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Em tempos remotos, na Babilônia, os homens quiseram construir uma torre, uma torre tão alta que chegasse aos céus.

Vários homens foram contratados para a construção: milhares de pedreiros, engenheiros, matemáticos, todos os tipos de gente.

A construção ia de vento em popa sob os olhos do rei , satisfeito em ver seu projeto de magnificência e domínio se tornar realidade. Os sentimentos da população se confundiam entre espanto pelo tamanho da torre e adoração ao poderoso rei, sentado confortavelmente em seu trono de ouro, se sentindo um deus, infalível, invulnerável.

Mas eis que um dia, Deus, em seu poder universal, desce à Terra e conhece a obra, grandiosa e imponente, construída pelo rei-deus da Babilônia.

Deus em sua sabedoria, com um raio de justiça, destrói a torre e faz com que nenhum homem entenda o que o outro diz.

Uma confusão se alastrou; o rei olhava seu império ruir com a expressão atônita; o povo se dispersa pela terra, cada qual com sua linguagem. Ninguém se entendia e alguns brigavam, outros iam ao desespero, enlouquecidos pela visão que tiveram.



Século XX

Um mundo já castigado por pestes, guerras e maldade, assiste ao surgimento de um império, que se diz cristão e prega a democracia e a paz.

Todo o mundo, exceto alguns rebeldes vermelhos, é subjugado a esse império, dependendo de todas as formas da bandeira branca, vermelha e azul para garantir sua segurança e estabilidade.

Em meados da década de 70, no centro de uma disputa maquiada entre os dois pólos, o capitalista bonzinho, e o comunista mau, surgem homens com um projeto: construir uma, ou melhor, duas torres de 470 metros de altura.

Milhares de homens foram contratados para a construção: engenheiros, arquitetos, matemáticos, operários, pedreiros e tudo mais.

A construção ia de vento em popa, sob os olhos do imperador, gordo e farto sob seu terno empedernido, observando seu símbolo de domínio se erguer.

E as torres ficaram prontas, dois símbolos do poder dos ocidentais bonzinhos, detentores da força mundial e do poder econômico, sentados confortavelmente em suas poltronas de ouro, assistindo pela TV, à sua supremacia abastada e eterna...

Anos se passaram, e depois de guerras, ameaças, palavras vãs e ícones destruídos, o conflito entre os cristãos construtores de bombas atômicas acabou, e até o fantasma vermelho que assombrava o ocidente, se ajoelhou aos pés da grande e feliz América.



O novo século veio, e um novo imperador subiu ao trono, de modo conturbado, mas subiu. Um homem radical, com idéias além do comum, um homem que queria a guerra nas estrelas, o isolacionismo econômico, e a América para os americanos, pretendendo assim manter-se sentado em seu trono, olhando com a barriga cheia, suas duas torres de xadrez, sempre prontas a mostrar ao adversário, que a América era invencível.

Mas eis que num dia de verão, a grande e gorda América amanheceu e foi obrigada a se levantar da sua fofa poltrona, por horror, foi obrigada a derrubar seu prato de bacon, por espanto.

Suas duas torres já não haviam mais, o que havia sim, eram escombros, fumaça e sangue.

O que se viu foi o pânico nas expressões atordoadas dos americanos, por saber que não eram invencíveis, invulneráveis, e por saber, que sua torre de Babel tivera o mesmo destino da dos Babilônicos.

O que se viu, foi o imperador assistir apavorado, o seu império desmoronar, e ainda, com uma expressão débil e assustada no rosto, vir à público anunciar, que a América cristã, que prega os ensinamentos de dar a outra face, agora usará a lei do olho por olho dente por dente, criada na Babilônia.

E agora nenhum homem se entende com o outro, assim como em Babel, castigada por querer ir longe demais, e cada americano é um guerreiro assírio, liderado por seu Assurbanipal Bush, que vai ter vingança a qualquer custo.

E a lição que devemos tirar disto é que não devemos tentar erguer impérios celestiais, mas sim, elevar o pensamento aos céus e tentar ficar um pouco mais perto de Deus.

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