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Cordel-->O INVENCÍVEL LAMPIÃO - Duas Vidas e Duas Mortes -- 07/12/2013 - 20:14 (pedro marcilio da silva leite) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

O INVENCÍVEL LAMPIÃO
Duas Vidas e Duas Mortes



Motivos ele tinha de sobra
Pra se tornar cangaceiro
Numa terra que se cobra
Uma dívida sem dinheiro
Apenas um corpo se dobra
Com um tiro bem certeiro.

Na época não importava
O motivo de crime cruel
Quem morria ou matava
Se cangaceiro ou coronel
Ninguém se incomodava
Se cumprisse o seu papel.

Na morte do pai vingança
Foi o que lhe restou fazer
Pois a valentia de herança
Nunca o deixaria esquecer
Que em tempo de matança
Jamais ele poderia morrer.

No bando de Sinhô inicia
A sua vida de cangaceiro
E a inteligência principia
Tão logo num tiro certeiro
Que de longe já se ouvia
No cangaço foi o primeiro.

Arregimentou cabroagem
Para suas novas investidas
Que beirando as margens
Do grande rio por partida
Que em cabra de coragem
É sangue irrigando a vida.

E o grande São Francisco
Rio de grande integração
Como a estrada sem risco
Que unindo mar ao sertão
Foi uma benção de Cristo
Consagrando nossa nação.

Da bela alagoana Penedo
Até a Pirapora de Minas
Foi o reino do sem medo
Que lhe pareceu uma sina
O final deste seu enredo
Que ao herói se destina.

Bem depois de tantas lutas
Pela vegetação mais hostil
Embreando-se pelas grutas
Levando só água do cantil
Por cânion de terras brutas
E rasos tórridos do Brasil.

Esses relevos em tabuleiro
Que é comum no nordeste
Palco de luta de brasileiros
De valentes cabras da peste
Que na luta são derradeiros
Com os urubus do agreste.


E as balas que atiravam
Sempre perdiam o rumo
E o alvo se encontravam
Perdiam logo seu prumo
Os volantes marchavam
Cada um em desarrumo.

Percorreu todo o interior
Cercado só pelos macacos
Que lhe davam um suador
Mas ele dava uns trocados
Com muitas mortes e dor
E muitos animais roubados.

Fez acertos com deputados
E também com os coronéis
Com uns fez bons contatos
Com outros tirou os anéis
No frigir de ovos e de fatos
Ganhando milhares de réis.

Por décadas nesses sertões
Um dia se sentindo cansado
Resolveu deixar os grotões
Desse relevo já caminhado
Por alpercatas de courões
Com florões pirografados.

O amante da almocrevaria
Sente saudade da mocidade
Quando todas mercadorias
Que chegavam na cidade
Nos lombos das montarias
Encontravam a finalidade.

Depois de muito guerrear
Até para o governo federal
Ele queria para casa voltar
Deixar a vida de ser mau
Uma fazenda pra cuidar
E não a guerra pra matar.

Com o padre se associou
Com governo e coiteiros
Assim como quem ajudou
A ganhar muito dinheiro
Mulheres amou e roubou
E sempre saiu por inteiro.

No agreste pintou e bordou
Enfrentou muita vingança
Escreveu e até bem versou
Dançou feliz como criança
Da morte não se aperreou
Que a vida é só esperança.

Se cansando do cangaço
Resolveu ser fazendeiro
Lá em Angicos no bagaço
Com a Maria saiu inteiro
Com seus fiéis no abraço
Saiu pelo sertão mineiro.

Por muito tempo andou
Em busca de sua fazenda
Até por Goiás caminhou
Para armar bem sua tenda
Pois se a morte enganou
Virou mito e virou lenda.

As autoridades sabedoras
De mortes então ocorridas
E de cabeças ilustradoras
Em jornais e revista lida
Não eram da bela sedutora
Nem do amor de sua vida.

De tantas batalhas vencedor
A de Angicos foi derradeira
Na vida de Lampião lutador
Invencível em toda carreira
Como de cangaceiro e ator
No palco da vida brasileira.

Como só ao herói acontece
Estabelecer um final feliz
Ele só aos 96 anos anoitece
Deixando filhos porque raiz
Entra na história e adormece
Deixando a vida quando quis.



Porque nada há oculto que não deva ser descoberto;

nada secreto que não deva ser publicado.

Marcos: capítulo IV, versículos 22 e 23





     José Geraldo Aguiar, com seu livro Lampião, o invencível, publicado depois de décadas de pesquisas

e entrevistas traz evidências históricas do Brasil verdadeiro; não dos interesses de regimes políticos,

grupos econômicos, religiosos, classes sociais dominantes ou de energúmenos praticantes.


     É oportuno até no momento em que se discute as biografias autorizadas em território nacional  que tanto tem provocado polêmicas.
    

     Pois bem, existem figuras públicas nesse país que se escreverem suas autobiografias não encontrarão

leitores por absoluta falta de créditos.Biografias são trabalhos pesados, longos, estafantes e muitas vezes brilhantes.

É preciso respeito aos que se dão a esses trabalhos. Se houver erro a justiça poderá corrigir e não a censura prévia.
    

    José Geraldo Aguiar, prestou um grande serviço à história brasileira. Obrigado.

 
    Que Deus o tenha.




 

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