Não sou crente religioso. Em absoluto não acredito no sobrenatural nem nos seus eventuais e propalados poderes. Concebo,interpreto e traduzo os exemplares preceitos reliogiosos à luz de meu raciocínio com objectividade humanista.
Esta posição sentimental, como uma grande maioria dos diversos crentes automaticamente infere, não quer dizer que seja contra algo que se relacione com a doutrina de Deus. Acontece até que me revoltam e indignam aqueles que usam o nome de Deus e agem em divergente descaro. Considero essa atitude bastante grave.
Em baptizados, casamentos e funerais de familiares ou de amigos onde marco presença, assisto escrupulosa e gestualmente às cerimónias implícitas, não me demarcando um milímetro da sequência.
Ocasiões ocorrem em que entro nos templos e me sinto bem sob as abóbodas no tranquilizante silêncio dos recintos.
Ateu?!... Bem... Reprovo que me coloquem nessa qualificação. Também não procedo em confronto radical com a reliogiosidade que o é deveras e sobreleva com nitidez a dádiva voluntária de que
sobrevive materialmente.
Creio na vida de todos acima de todas coisas. Mas há... Há de facto um pormenor que irrompe e me torna algo "satãnico". Perco por completo a "respiração" cerebral. Quem fizer mal a crianças, o meu dilaceramento íntimo leva-me a extremos quase irreparáveis. Tenho tido enormes problemas por causa disso.
Tenho pois a minha convicção espiritual rigorosamente alicerçada no respeito mútuo sério e credível: a cada um o que de cada um é. Não sinto o mínimo obstáculo em me penenticiar públicamente de meus erros. Para que tudo fique firmemente sanado, exijo uma condição. Tenho de ser desculpado com inequívoca boa fé.
Senti necessidade íntima de fazer este esclarecido desabafo. Tão só.