AO PREFEITO SEM INTRIGA,
ONDE ENFIARAM A VIGA?
Não estou compreendendo
E você pode até me ajudar
A este enigma esclarecendo
Com esse jeito para clarear
A situações vão se perdendo
Sem ninguém para explicar.
Como uma viga bem grande
Precisando até de guindaste
Para transporte de um lugar
Como de mágicas, um passe
Fez desparecer dessa cidade
Sem que nem a polícia ache.
Transportada por carretas
De dimensões avantajadas
Passando por vias estreitas
No silêncio de madrugadas
Ninguém soube, ouviu, viu
E ninguém falou mais nada.
Foi o tido pelo não foi visto
E o visto que não pode dizer
Pra não se poder contrariar
Interesses que ao conhecer
Há perigo de cair na cabeça
O que não se consegue ver.
Outras vigas antes de caírem
Até já foram fotos de jornais
E antes de serem demolidas
E não acontecer os anormais
Passes de mágicas estranhos
Elas não desaparecerão mais.
Se desparecerem outra vez
O que dirá o “Seo” Prefeito
Se até o Google fotografará
No tempo real e bem direito
E como ele faz até colorido
Vai ser um registro perfeito.
O que dirá não saberia dizer
Mas é possível que dê jeito
Têm os políticos nos sofismas
A arte de mentir com o efeito
Que parecem tão verdadeiro
Que levam a serem prefeitos.
Talvez o Google não seja capaz
Nem tampouco rádio, televisão
Ou qualquer outra das mídias
Que pudessem ser a salvação
Dos habitantes de uma cidade
O entendimento da população.
Mas como dizem os cientistas
O voto do analfabeto é barato
Pouco dinheiro se comora mais
Que às vezes até só no agrado
Se compram milhares na cesta
Como a cesta básica no prato.
Ainda por cima ter circo e pão
Que dado de montão ao povo
O deixa que não consegue ver
E isso não é nada muito novo
É o que o fascista mais antigo
Chamava operação tapa olho.
E o futebol já é o melhor circo
Que sempre se encontrou aqui
Bastam bolas, jogos de camisa
Que os votos já começam cair
E quem se elegeu bem barato
Vai pra esbórnia por tanto rir.
Imagina como será nesta copa
Com essa dinheirama toda aí
Para construção dos estádios
Que como o engenhão a ruir
São obras que no nascedouro
A estrutura já começa a falir.
Pelos atrasos advindo correrias
E obras públicas sem licitação
Aí entram as ações de amigos
E o interesse da sociedade não
A contrapartida paga a aliados
Na indiferença com o cidadão.
E também tem as olimpíadas
Com mais dinheiro necessário
Para cobrir os atrasos forçados
Nos projetos já bem precários
Pra não deixar alguma dúvida
Que governo é só o locatário.
Paga com dinheiro aos monte
E não tem nem a propriedade
Que mágicas são essas contas
Que pagando mais da metade
Usando do povo os impostos
Este paga até na sua utilidade.
E talvez por ser muito pagão
Ele até que mereça o castigo
Vota pois o cara é bonitinho
E vota se é gastador e amigo
Esquecendo que gasta o seu
vota até por birra no inimigo.
Mas é melhor mudar o rumo
Que essa prosa mudou o foco
São tantas coisas que somem
Que às vezes eu nem me toco
São tantos sumiços na cidade
Que lembrar nem me esforço.
Monumentos que pelas praças
Muitas vezes são surrupiados
Outros tantos desapareceram
Para nunca serem encontrados
Vultos de importância histórica
Que não mais são mencionados.
Assim uma cidade maravilhosa
Que já foi capital de um império
Se tornando apenas o balneário
Onde política não se leva a sério
Servindo para ganhar dinheiro
Falar bobagens e impropérios.
Mas como pode esta viga sumir
Com o valor e tamanho tão alto
Que ninguém é responsabilizado
Pela mágica, furto ou o assalto
Que poderá ter acontecido aqui
Ou foi do descaso o ponto alto.
O medo já anda aterrorizando
Os cidadãos que já foram à elite
Do tecido social que o brasileiro
Em que o governo falou e disse
Aos quatro cantos do território
Calçado em resultado de índice.
A matemática é a ciência exata
Todo mundo também é sabedor
Que política embaralha a ciência
Deixando números a seu dispor
E é tão difícil de saber o certo
Que a gente pensa que é favor.
Mas, amigo eu fico pensando
Como é um terrível esculhaço
Depois de passar uns 500 anos
Andando desconfiado eu acho
Que o que farão com esta viga
É nos enfiar pela goela abaixo.
FIM
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