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cronicas-->A Razão do Freguês. -- 01/10/2000 - 23:18 (Carlos Delphim Nogueira da Gama Neto.) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

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A Razão do Freguês.



Quando criança, as histórias de que mais gostava, eram aquelas passadas na infància de meu pai e por ele contadas, com maestria.
-Papai, conta uma história de quando você era pequeno ?
Apesar da insistência, vez por outra, ouvíamos histórias de sua juventude e de sua idade adulta. Talvez, em razão do pedido mal formulado ( papai dizia ter 1,60 m.; se é que tinha ! ).
Dentro das histórias da idade adulta, quase sempre surgiam os mesmos personagens. Talvez, por serem muito poucos, os mais próximos. E dentre eles os irmãos Gentil e Rui de Mecastro, Guilherme de Almeida, Afonso Schmidt e outros poucos, geralmente companheiros de jornal. Dois ou três conheci pessoalmente.
Na juventude, já morando em Santos, conheci outros amigos de meu pai. Amizades recentes como o seu Morgado ou seu Hitler ou antigas, como o Dr. Rui (gerente da sucursal do Estadão) . Todos eles muito simpáticos e atenciosos. Um deles, porém, era de especial simpatia, o Dr. Rui.
E quando eu passava pelo centro da cidade, ali pela Frei Gaspar, ia até a sucursal, só para cumprimentá-lo e ter o prazer de ver aquele sorriso largo, paternal.
Às vezes ficava por ali, um pouco mais, conversando com ele, o Dr. Rui de Lima e Castro. Em uma dessas ocasiões, ele mencionou o irmão Gentil. E aí se desfazia a família " de Mecastro ", minha antiga conhecida, das histórias ouvidas em minha infància.
Dia desses, passo pelo meu livreiro, o Brizolinha. Passei por passar; tenho ainda alguns livros por serem lidos. Fomos tomar um café, encontramos um amigo comum e, voltamos os três, batendo papo. Algum tempo depois, já de saída, volto-me para o Brizolinha dizendo: " Já que estou por aqui, não vou sair sem chumbo. O que é que você tem, aí, do Ignácio de Loyola Brandão ?" .
- "O Verde Violentou o Muro" .
- Não ! Esse eu tenho. Você terá aí um "Véia qualquer coisa" ?.
- Tenho ! É " Véia Bailarina ".
Peguei o livro, despedi-me e, satisfeito, fui a pé para casa apesar de não ser muito perto.
À noitinha, ainda lendo "Galvez- O Imperador do Acre "do Márcio de Souza, resolvi folhear "Véia Bailarina". Estava curioso acerca do enredo. A personagem, quem seria? . Alguma egressa de um taxi-dancing, tipo "Sambadanças"? .Ou seria uma ex-bailarina, dos muitos cabarés da "antiga General Càmara ", na área do porto?
Curiosidade insatisfeita é de difícil controle ! Dispensei, temporariamente, "O Imperador", na troca pela "bailarina de idade provecta". Enveredei por suas páginas e, esquecido da curiosidade, fui "devorando" o livro, até que, na página 173 a surpresa !
A "véia" perdera o acento.
Brizolinha, o livreiro, é muito culto. Teria sido em função de: "o freguês ter sempre razão", "cada qual escuta apenas o que quer" ou, terá ele ficado rindo às minhas custas ? Dera-se o mesmo que, com a família de Mecastro.
Esclareço! A palavra "véia", não tinha acento. Era "Veia Bailarina". Veia, aquela por onde corre o sangue.






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