Incompreensão
Por longas noites minh’alma vadiou desabitada
Sem rumo, sem vida, magoada
Você, tão incontestável, hibernava na frieza de tu’alma
E eu, nas minhas paixões, chorava, no vespertino de meus dias
Tudo que um dia por você fora olvidado.
Não acreditei nas tuas cruelíssimas palavras
Que tão gélidas, racharam os teus lábios, agora desfigurados
Prometeste a mim os fidelíssimos e flamejantes mares do amor
E o que me deste foram as tuas pudicas palavras desnaturadas.
Oh, agilíssimos pensamentos que me vêm misérrimos...
Tu, mulher, forjaste em meu peito, uma dor ardente sufocante
Tenho palpitando neste meu peito, os malevolentíssimos mares péssimos.
Eu tenho por ti um amor voraz e penetrante
Amor que perfura a mais notável rocha!
Sei que agora já não mais me quer
Mas outrora, tão docilmente, cantaste-me um malmequer.
Vem agora dentro de mim um vívido apontamento
Vou jogá-lo para fora, não tenho esperanças
Que formidável não é sentir mais estas dúbias esquivanças
Que tão abrasadas, gritam em tórridas emoções e comoções, as indubitáveis mudanças.
Eu sempre fraquejo pelos pensamentos que me vêm dos nossos beijos
Eu me lembro com amor donairoso dos seus formosos peitos
Inquieto, eu dormito mergulhado nas noites silenciosas
E não mais acredito nas estrelas que reinam preguiçosas.
Dou bom dia as rosas escarlates que no meu jardim valsam gostosas com zéfiro
E amo o seu amor que me vem sempre tão severo.
Ed Carlos Bezerra
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