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cronicas-->Socorro - salvem-me das férias! -- 21/03/2004 - 22:15 (Luciano de Oliveira) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Nada como uma viagem à praia: sol, cerveja gelada, gente bonita, água salgada para recarregar as energias e areia... muita areia. E é claro, ficar de papo pro ar o dia inteiro, tomando sol, ou em alguns casos, torrando-se ao sol.
E uma viagem dessas não estaria completa se não houvesse crianças. Três de preferência. Miséria pouca, é bobagem.
"Vamos viajar. Vamos à praia", anunciei! "Oba, praia! Quando vamos? Lá tem tubarão? Tubarão pega a gente?" Foram algumas das várias perguntas que ouvi e tive de buscar paciência não sei aonde para responder a todas elas.
Uma viagem dessas, de 1.200 quilómetros, seria feita com relativo conforto se fosse feita em um carro grande, com porta-malas generoso e motor potente. O que não é o caso do meu.
Mala, mochila, barracas - duas, colchonetes, travesseiros, edredons e mais uma infinidade de coisas que o porta-malas parecia insuficiente para caber tudo - comprovei mais tarde, na verdade minutos depois, que realmente era insuficiente.
Mas pobre não tem jeito. Tem de se virar com o que tem. Quem não tem cão, caça com gato. Ou no meu caso, quem não tem minivan, viaja com Palio. Foi uma cena hilária. Primeiro a mala, depois a mochila, as barracas. Até aí tudo bem. Ainda restava algum espaço. Coloca um colchonete aqui, outro ali e pronto: o espaço foi embora. Aí começa a guerra do empurra-e-soca-e-aperta. Ufa! Consegui guardar uma boa parte da bagagem no porta-malas. Ah não!! Ainda tem a caixa de isopor com os lanches, a garrafa d´água, de café, os travesseiros e cobertas! Meu Deus, pra que levar tudo isso para ficar apenas seis dias?! Viva!!! Consegui guardar tudo! Mas espere aí, está faltando alguma coisa. Ah sim.... ainda tem as crianças - três: miséria pouca é bobagem. Tira os travesseiros, cobertas, caixa de isopor. Acomodam-se as crianças. Nova guerra para colocar tudo de novo no carro.
Bom! bagagem meticulosamente enfiada no porta-malas, as crianças confortavelmente apertadas no banco traseiro, agora é festa: estrada, aí vamos nós! Ah meu Deus.... são 1.200km. Organizado como sou em viagens tratei de calcular: velocidade de 100 km/h, 200 km a cada duas horas, e uma parada a cada 200 km. Não rodei nem 100 km e ouvi uma vozinha vindo de algum lugar no banco de trás: "pai, quero fazer xixi!". Logo as três vozes em uníssono: "quero fazer xixi". Era um pesadelo. Tirar tudo de novo, inclusive as crianças e depois reacomodar todos novamente.
Desnecessário narrar o restante da viagem. Vamos à praia, isso é que importa: sol, água salgada, cerveja gelada e areia... muita areia.
Enfim, a praia! Todos se divertem, inclusive eu, dentro do possível. Pai quero isso, pai compra aquilo. Isso é diversão? Preciso rever esse conceito! Isso sem falar na pobre mãe: mãe to com fome, to com sede, to com frio, quero fazer xixi. Pensando bem, até que o meu lado não foi tão ruim.
Ah meu carro! Gosto tanto de mantê-lo limpo, cheiroso e organizado. Vidros de preferência transparentes e sem marcas de dedo ou de boca, carpetes e bancos limpos e secos de preferência. Mas numa viagem de 1.200 quilómetros como impedir que as crianças - três, porque miséria pouca é bobagem - esfreguem suas lindas mãozinhas suadas e por que não engorduradas, nos vidros? Só mesmo amarrando! Ah, não mencionei os gritos, as brigas e broncas durante a viagem. Imaginem três crianças no banco traseiro, mesmo presas pelo cinto, gritando no seu ouvido, se gladiando lá atrás. É de enlouquecer qualquer um.
Mas voltemos à praia! Lembram-se que eu disse da areia? Muita areia? Nada como crianças brincando na areia. Entram no mar, pulam ondas, rolam na areia fina. E quando vêm até você, mais parecem uns bifes à milanesa. E não há ducha que tire toda aquela areia. Maldita areia. Mas nessa viagem eu descobri uma coisa ótima para tirar areia dos pés e do corpinho das crianças: o carpete e o banco do meu carro. Que tristeza. Meu carro até então limpinho, carpete e bancos imaculados, foi tomado por uma tempestade de areia. E aquela areia miseravelmente fina, que gruda feito o diabo em tudo.
Mas enfim, isso é férias em família: praia, cerveja gelada, muito sol e três crianças disfarçadas de bife à milanesa empesteando o carpete do seu carro com areia. Se não fosse assim, não seira férias em família.
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