Vejo no Correio do Povo que a população de Porto Alegre começa a comemorar o aniversário de 232 anos.
Grande evento . Quando os açorianos desembarcaram naquela que hoje é a mais importante cidade do Rio Grande do Sul com certeza não tinham capacidade para imaginar que o local escolhido para marcar a colonização portuguesa no Brasil pudesse um dia abrigar mais de um milhão e meio de almas, agregando diversos municípios numa metrópole que se destaca pelo brilho cultural entre outras tantas atrações.
Em Porto Alegre surgiu uma das novidades para a política brasileira, o orçamento participativo, evitando desperdício de verbas com obras voltadas para a satisfação da população.
A moda pegou e diversos municípios do país começaram a respeitar mais seus cidadãos. Mas não vou ficar apenas babando, pensando nos tempos em que morava no bairro Partenon, encravado num dos tantos morros da cidade, assistindo a vida passar na movimentada Aparício Borges.
É que das cidades onde residi com certeza posso afirmar que meu coração ficou fragmentado ao deixar a grande capital dos gaúchos, lá por 1970.
Depois a vida deu umas voltas, e raramente posso visitar Porto Alegre, distante mais de quatro mil quilómetros de Porto Velho.
Outro porto, outra situação, em comum apenas a simpatia do povo, esperançoso de construir uma sociedade melhor, apesar de administrações bastante questionáveis.
Porto Velho do velho do porto, da lenda do navio que encalhou e das poéticas atrações relegadas ao esquecimento, ao descaso total durante tantos anos.
Em comum a esperança dos povos no sentido das cidades se tornarem desenvolvidas e humanas ao mesmo tempo, oferecendo não apenas esperança, mas um futuro melhor.
Será que se Jerónimo Ornellas tivesse desembarcado aqui a história seria diferente? Sei lá. O fato é que Porto Alegre com suas trinta etnias está de parabéns.