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Poesias-->ANUNCIADA A MORTE -- 08/12/2006 - 16:34 (Paulo Pereira) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
ANUNCIADA A MORTE





A vista embaça na aurora livre do anoitecer

Caido num dia de setembro qualquer

A carne morta exposta por teu ventre

Sangra vinho seco puro paladar terno



A boca drenada no final da tarde quieta

Sem vento soprado do sul

O coração marcador aparenta a vida

Largando o corpo ainda sóbrio ... sombrio



A alma decantada passa silenciosamente na rua

Imaginaria de meu coração atônito diante dela

A mão aperta o peito ferido

O corpo sente a falta da irrigação sanguínea



As veias trafegam pelo corpo necrosado

Sem brilho ou rímel fosco

O pulso cessa na corrente corrida da vida

Os pulmões coagulados encerram suas atividades



O cérebro processa lembranças da vida

Na jornada triunfante sobre a morte

outrora seria sim...

Expressividade própria de quem viveu



Os olhos cristalizam vapor d´agua

Condensado em pequenas gotas...

Minhas lagrimas do orvalho

Salva o cérebro a última imagem



As mãos juntam-se sobre o peito

Reverenciando as memórias passadas

No presente momento



A morte zomba a vida noite afora

A vida falece serenamente no crepúsculo

Perdido da nova manhã
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