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Cartas-->DEPOIMENTO: O AMOR SEM DIREITO AO EGOÍSMO-2 -- 24/07/2003 - 04:03 (ROSAPIA (veja página 2)) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
DEPOIMENTO: O AMOR SEM DIREITO AO EGOÍSMO-2

POEMA:
PARA ZELINDA, LINDA!

De repente,
a notícia de você.
Quase enlouqueci:
não era hora,
não podia ser verdade.
Chorei, gritei, sofri.
Dentro de mim
um movimento de afeto
surpreendeu
e assustou.

Você estava concebida.
Tinha que viver.
Eu não podia receber você.
Tinha que decidir:
a decisão de deixá-la vir,
mas vir sem ficar.
A escalada da dor começou
para durar longos meses.
Muitas lágrimas,
muito medo,
muita angústia.
Por você,
eu tinha que abrir mão de você,
eu tinha que decidir seu destino...
Com quê direito?
Dias e dias em trevas,
noites e noites em claro.
Você ali naquela barriga
se mexendo
e me mexendo:
eu descobrindo
que era amor dobrado.

Veio o dia da sua chegada.
Linda, muito linda!
Especial!
Forte, saudável,
como eu planejei
no tempo da espera,
quando preparei cada alimento
que chegaria até você.
E você chegou.

Nunca vou esquecer
o seu olhar firme me encarando
pelo vidro do berçário.
Será que você entendia
por que eu chorava tanto?
Depois,
você nos meus braços...
Engraçado,
você tinha apenas seis horas de vida
e não me parecia desamparada,
parecia valente, corajosa...
Tão amada!
Quatro dias juntas
entre prantos e risos e beijos.
Eu falando com você,
declarando meu amor
feito de dor.
Mas chegou também
o dia da partida.
Você foi para o desconhecido,
para ser feliz, tenho certeza.
Todo sofrimento
que dilacerou minha alma
tem que reverter em alegria
para você.
Sei que você vai multiplicar
a alegria que foi gerada em mim
entre todos que a virem crescer.
E eu fico aqui,
sufocando na saudade
que nunca vou matar,
explodindo na ternura
que nunca vou entregar,
quase feliz na certeza
de que entreguei você
só por amor a você.

Você não foi rejeitada,
não foi abandonada,
foi, sim, muito amada aqui
como vai ser amada aí.
Você teve que vir
pra mudar minha vida,
pra me fazer conhecer
o lado maior do amor.
Você teve que ir
para encher de vida e cor
os corações que a acolherão.
Segue, criança, a sorrir.
Eu fico, como agora,
chorando.
Vou chorar até morrer.
Sem você. Sempre só.
E vou morrer
sem conhecer seu sorriso,
e vou morrer
sem ver você chamar “vovó”.

Você foi, mas fica ainda
dentro de mim.
Seja feliz, minha neta,
Minha Zelinda tão linda!

Marília, 1º/novembro/1999, 15 horas
Há muito sol lá fora
e apenas lágrimas aqui dentro...

LEIA O DEPOIMENTO:
DEPOIMENTO: O AMOR SEM DIREITO AO EGOÍSMO-1

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