Passo os olhos sobre teu corpo
e nele nada mais me atrai
senão grossas pernas peludas
e um peito amplo convidativo
mas que não seduz a um sono
debruçado sobre ele
porque se fostes tudo
enquanto eu amava
agora, apenas vejo um desejo
fútil e volátil
de quem se deita apenas
para gozar das mazelas do destino
que, de tão cretino, ainda me põe
a deitar-me com quem não conheço.