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Artigos-->Ilha ‘enignética’ -- 28/09/2002 - 20:04 (marcos fábio belo matos) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos




Marcos Matos



Um dia desses, conversando com uma amiga recém-chegada à Ilha, fiquei muito contente ao ouvir a confissão dela de que esta cidade tem algo de mágico, que prende a gente. Tempos antes, um outro amigo, morando aqui já há uns seis meses, me disse algo parecido.

No momento em que comemoramos 389 anos de fundação de São Luís, este talvez seja um tema oportuno de se abordar. A cidade tem mesmo algo de mágico, um não-sei-quê que prende a gente, uma aura especial, um cinturão de encantos que a circunda e que amarra quem por aqui aporta? Sinceramente, apesar de todo o meu ceticismo às transcendentalidades fim-de-siècle, acho que sim.

Quando se chega a São Luís, parece que se está pisando uma terra-outra (com toda a amplitude que esse qualificativo pode encerrar). “Cheguei e fui conhecer o centro histórico, os casarões... Aqui há coisas que não se encontram em lugar nenhum do mundo. A cidade é pacata. A noite é boa. Os locais são legais.” Acho que foi isso que minha amiga disse, ou foi algo que se assemelha a isso. Concordei sem titubear, lembrando da minha experiência, há uns 15 anos, quando também cheguei para morar aqui. A cidade me pareceu diferente, docemente distinta dos demais recantos que já tinha conhecido. Tudo muito singular, tudo muito outro.

Minha amiga se sente acolhida aqui, bem acolhida, exatamente como eu me senti quando cheguei. E não é um acolhimento de pessoas, somente. É um acolhimento de urbs, parece que a cidade toda nos recebe, abraça, acalenta alguma saudade que fica, abre-nos os dentes num sorriso de bem-chegança.

Penso que este é mais um dos segredos que a velha São Luís esconde. Suas lendas, suas histórias mal ou não-contadas, seus personagens múltiplos e controvertidos, suas galerias subterrâneas, suas baías que guardam tantos naufrágios e também seu acolhimento irresistivelmente enigmático...

Vou, por isso mesmo, lançar uma nova perífrase para ela, criando uma corruptela de um outro nome que ficou famoso, lançado por César Nascimento – ele também mais um dos muitos docemente acolhidos no seu seio de pedra e cal: Ilha Enignética. É assim que quero chamá-la hoje, é assim que vou homenageá-la – a cidade cheia de um encanto que nos puxa para ela, que força tantos e tantos desterrados mundo afora a suspirarem por ela e mandarem ir quilos e quilos de camarão, farinha e litros de Cola Jesus... para matar a saudade, para pelo menos estar mais perto, de algum modo.

“Sinto que algo me diz que vou ficar por aqui”, falou a certa altura minha amiga. E falou de uma forma sincera, com um belo sorriso nos lábios... (Um ano se passou desde que eu escrevei este texto. Minha amiga não ficou, como pretendia. Mas ficou a verdade de tudo o que disse sobre São Luís e de tudo o que sentia por pela cidade).

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