Usina de Letras
Usina de Letras
22 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62297 )

Cartas ( 21334)

Contos (13268)

Cordel (10451)

Cronicas (22542)

Discursos (3239)

Ensaios - (10393)

Erótico (13574)

Frases (50687)

Humor (20041)

Infantil (5462)

Infanto Juvenil (4785)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140826)

Redação (3311)

Roteiro de Filme ou Novela (1064)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1961)

Textos Religiosos/Sermões (6214)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Cordel-->O TURISTA DESESPERADO -- 23/03/2015 - 18:34 (pedro marcilio da silva leite) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O TURISTA DESESPERADO

Chegara cedo ao aeroporto
Numa etapa de sua viagem
Desejando seguir em frente
Logo procurou sua bagagem
No saguão de desembarque
Mas não passava de miragem.

Sua mala tinha desaparecido
E não deram boa explicação
Pois passara pela checagem
E para entrar naquele avião
Retirou até um comprovante
O que apertava em sua mão.

Querendo saber o sucedido
Ficara aguardando sentado
Enquanto lia os noticiários
Deixando-o mais assustado
Ao ponto de perder fôlego
Até ficar bem desesperado.

E suas mãos agora tremiam
Quando em letras garrafais
Daquelas muito chamativas
Agora usadas pelos jornais
E que chamavam a atenção
Do escândalo da Petrobrás.

Noticiavam que a empresa
Do mundo uma portentosa
Havia sido de forma incrível
Por uma diretoria poderosa
Completamente surrupiada
De maneia bem escandalosa.

Que o governo foi envolvido
No até já chamado Petrolão
O que lhe dava uns calafrios
Pois nos jornais a insinuação
Era de que pelos aeroportos
Um grupo chamava atenção.

Obras não ficaram prontas
Mesmo as já sem licitações
As que eram para a “Copa”
Ficaram sem as conclusões
Ele atônito ficava espiando
E o cérebro em comichões.

Telefonara para um amigo
Que combinara vir buscar
A ele e a sua famosa mala
Logo que pudesse chegar.
Pois num engarrafamento
Achava que iria se atrasar.

Havia lido sobre o trânsito
Que era problema urbano
Nas cidades que já visitou
Mas por aqui era engano
Por aqui era uma solução
Ao mais criativo humano.

O engarrafamento é lucro
Para vendedores piratões
De biscoitos, água, cocos
E também para arrastões
Facilitando bem o trabalho
Dos gatunos e dos ladrões.

O caos se instalara no país
Que já estava até abusando
E uma “máfia” das próteses
Que estava escandalizando
Pela ousadia demonstrada
No material que ia usando.

A merenda escolar roubada
Deixava os alunos com fome
O esparadrapo nos hospitais
Já é coisa que sempre some
É como a obra não concluída
Que político não bota nome.

O que escandalizara o País
Era ver o governo defender
Um traficante já condenado
Em outro País onde iria ter
Uma morte por fuzilamento
E com tráfico não se meter.

Mas isso não era novidade
Que um governo admirador
Não poderia agir diferente
Se a droga não lhe dá dor
Só uma profunda amizade
Com o seu maior produtor.

Enquanto lia essas notícias
E cada vez mais apavorado
Ele já nem queria acreditar
Na foto o que era ilustrado
Em pleno domingo de praia
Banhistas sendo roubados.

Por aqui até já são banais
Esses famosos arrastões
Que deixaram de ser moda
Para ser uma das tradições
Que sempre e nessa época
Surge a comemorar verões.

Ele se assustava no que lia
Em cada página que virava
Era a violência e ladroagem
Que mais por aqui imperava
Ele que vinha de civilização
Onde a ordem era acatada.

Onde a justiça era pra todos
E juiz não se acha um Deus
E assim como bispo e pastor
Cada um tem o rebanho seu
E nos seus direitos e deveres
É pra cumprir como um ateu.

E no país que ele tinha vindo
Sua educação é levada a sério
A saúde do povo não se brinca
Em público não há impropérios.
Os políticos da desonestidade
Chegam cedo aos cemitérios.

Perdidos em suas lembranças
Esqueceu a bagagem de mão
Que sorrateiramente lhe havia
Sido surrupiada por um ladrão
Um desses mestres na mágica
De fazer sumir algo no galeão.

Foi quando ouviu o seu celular
E era amigo que iria lhe buscar
Informando ter sido assaltado
Com outros também do lugar
E que talvez demorasse muito
Tinham ido a polícia comunicar.

Esgueirando-se nos corredores
Ao perceber que o passaporte
Os documentos e seu dinheiro
Também já tiveram sua sorte
E desapareceram per encanto
Num buraco fundo de morte.

Suando frio corria pela pista
Com os olhos esbugalhados
E procurando avião que saía
Ele era o turista desesperado
Que já procurava uma saída
Antes de tudo lhe ser tirado.

No outro dia foi encontrado
Num aeroporto no exterior
Agarrado ao trem de pouso
Um homem cheio de tremor
Que agradecendo sem parar
Só falava: Obrigado Senhor!
Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Perfil do AutorSeguidores: 5Exibido 303 vezesFale com o autor