RIO MURIAÉ
Coroa de sonetos, dedicada ao co-
ração manso e meigo de ITAMAR MA-
GALHÃES, que me dedicou o belo so-
soneto "Rio Muriaé", tomado co-
mo "síntese" deste trabalho.
I
"Onde embalei meu sonho e encontrei minha amada",
onde o ideal vivi e onde me fiz poeta,
onde passei a infância e a mocidade alada,
onde marquei meu curso e escolhi minha meta...
Onde o sol tem mais brilho e a lua se projeta
com mais belo luar sobre sobre a água prateada
do rio Muriaé, a um tempo fauno e asceta,
a correr e a cantar sua eterna balada...
Quero voltar a ver esse ceu constelado,
quero voltar a ouvir essa terna sonata
e sentir no meu rosto o vento perfumado...
Adormecer ao som dolente da cascata,
velado pelo céu, pelo rio embalado,
"rolando mansamente entre a cidade e a mata".
|