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Artigos-->IMPÉRIO DA ARROGÂNCIA -- 30/09/2002 - 03:57 (Eustáquio Mário Ribeiro Braga) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Seria por demais simplista fazer uma historiografia da queda do Império Romano associando-a à queda das torres gêmeas, símbolo do capitalismo globalizado e ditado pelos Estados Unidos da América, ou vice-versa. Então, resolvemos enveredar por um caminho que, por deveras será mais sinuoso, para abordar um tema tão gasto mas que, certamente, redera linhas, parágrafos e páginas, dos mais variados tipos de produtores de textos. Perguntam-me se podemos associar a queda do império romano ao baque político e econômico sofrido pelos Estudos Unidos da América diante do terrorismo internacional e, se isso, poderá levar essa pot6encia mundial à sua autodestruição. Opto por uma divagação a respeito de valores, de poder, de força e, principalmente, de exploração humana. Construirei uma teoria desconstruindo uma idéia de império à antiga. Mas, pergunto, que idéia, mesmo que antiga, não possa ser atualizada aos dias de hoje? Que descontrução seria possível fazer sem nos esbarrarmos no anacronismo ? De quem devemos iniciar a desconstrução?



Bem, são tantas perguntas que já foram tantas vezes respondidas, que torna-se difícil dizer algo novo. Aliás, essa idéia de novo e antigo ronda o ao pensar filosófico. Vamos iniciar observando de forma contextualizada os motivos que fizeram com que o Império Romano caísse no ano 476 d.C. Depois iremos começar nossa desconstrução, também contextualizada, a partir da carta do arcebispo de Boston, cardeal Bernard Law enviou ao presidente George W. Bush que deu bastantes subsídios para rechaçar nossa crítica à política internacional imposta pelos Estados Unidos e o grupo dos oito países mais poderosos do mundo. Não seremos simplistas em falar apenas do rótulo sujo do neoliberalismo ou política globalizante que causa a exclusão social generalizada nos quatros cantos do mundo.



Os historiadores já questionaram, e muito, sobre as causas do declínio e que conseqüente queda do Império Ocidental e apresentaram uma variedade de explicações confusas. Impostos excessivos, fraqueza militar, corrupção moral e declínio da população foram todos fatores relevantes, mas são apenas sintomas da situação que precisa ser explicada, e não podem ser consideradas causas por si só. Mesmo se aplica aos fatores ambientais como mudança de clima ou envenenamento da água pelos canos de chumbo, que são controvertidos e nada convincentes. A interpretação depende do ponto de vista subjetivo do historiador. Edward Gibbson (1737-1794), em sua obra: Declínio e Queda do Império Romano lamenta o desaparecimento de uma cultura esclarecida e racional, varrida por uma onda de barbarismo e superstição. Os cristãos naturalmente não contestaram esta visão do triunfo de sua fé. Os historiadores modernos são mais neutros. Eles enfatizam o fato prosaico das invasões germânicas, que tiveram causas externas como origem. A pressão dos bárbaros nas fronteiras não existiu no inicio do Império, mas cresceu no séc. III e se tornou inevitável no séc. V. A implicação deste ponto de vista é que o império romano não caiu – foi posto de lado. Não obstante, estudamos que desde Trajano, isto é, a partir do séc.II d.C., o Império Romano entra em decadência. A sólida unidade política anterior, baseada na superioridade de Roma sobre as províncias, sucedeu uma descentralização progressiva, provocada pela própria extensão do Império e agravada por uma política inconseqüente. Desde cedo, os habitantes das regiões mais afastadas predominaram no exército e na administração; os próprios imperadores foram freqüentemente provinciais, aliás comandantes militares de exércitos de fronteira elevados ao poder pela força exclusiva das armas. Além desses motivos, podemos acrescentar vários outros que contribuíram para a escalada descendente e sua decadência, também, o relaxamento dos costumes e a ausência de censuras morais resultantes da riqueza e bem-estar, conseqüências do poderio romano, bem sintetizado no dístico que significa as preocupações únicas da sociedade romana: “panem et circenses”, Istoé, comida e diversão.



Agora começaremos descontruir o texto a partir acima fazendo inclusões de trechos da carta ao presidente Bush escrita pelo cardeal Bernard Law. Veja o que ele disse ao presidente americano: “Fale a verdade, presidente”. Quando ele escreveu a primeira versão da carta, já lhe passava na cabeça a idéia de “terrorismo”, isto é, da possibilidade de uma outra nação ou grupos extremistas se voltar contra as atrocidades cometidas pelo governo norte-americano. Mas, até que ponto podemos dizer que um ataque aos EUA pode ser considerado ataque terrorista, aliás quem espalhar o terror pelo mundo? Quem subsidia o terror? Quem manipula governantes ditadores e derruba democracias? Vamos, então, associar em partes distintas os mecanismos utilizados pelos governos americanos para impor sua superioridade econômica ao mundo. Podemos associar diretamente o possível declínio americano ao fato de sua política ser inconseqüente? Bem, mas até que ponto os EUA estão vulneráveis? O que temos como primeira resposta é a tragédia ocorrida no dia 11 de setembro de 2001, que matou milhares de cidadãos americanos. Mas, quantos milhões de cidadãos do mundo não foram mortos direta ou indiretamente pelos governos norte-americanos? Um erro não justifica outro, mas certamente responde às interrogações de milhares de manchetes que se multiplicaram pelo mundo desde o fatídico 11 de setembro e suas retaliações ao Afeganistão. O cardeal Law faz um alerta aos americanos, escrevendo ao Bush, quando o jornal português Outra Banda publica recentemente a íntegra da carta aberta que aquele havia enviado ao presidente norte-americano. Veja que essa carta já havia sido publicada, em outra versão é claro, em 1998 no The National Catholic Repórter. Texto esse que foi atualizado pelo cardeal arcebispo de Boston devido os acontecimentos de 11 de setembro e a posterior retaliação dos EUA.

Vejam os alguns trechos da carta:

“ Senhor presidente:

Conte a verdade ao povo, senhor presidente, sobre terrorismo. Se as ilusões acerca do terrorismo não forem desfeitas, então a ameaça continuará até nos destruir completamente. A verdade é que nenhuma das nossas muitas armas nucleares pode proteger-nos dessas ameaças. Nenhum sistema ‘Guerra das Estrelas’(não importa quão tecnicamente avançado seja, nem quantos trilhões de dólares sejam despejados nele) poderá proteger-nos de uma arma nuclear trazida num barco, avião ou carro alugado. “

“Como tenente-coronel reformado e freqüente conferencista em assuntos de segurança nacional, sempre tenho citado o salmo 33: ”Um rei não é salvo pelo seu poderoso exército, assim como um guerreiro não é salvo por sua enorme força”.

“A reação óbvia é: ‘Então o que podemos fazer? Não existe nada que possamos fazer para garantir a segurança do nosso povo?’ Existe. Mas para entender isso, precisamos saber a verdade sobre a ameaça. Senhor presidente, o senhor não contou ao povo americano a verdade sobre o porquê de sermos alvo do terrorismo, quando explicou porque bombardearíamos o Afeganistão e o Sudão. O senhor disse que somos alvo do terrorismo porque defendemos a democracia, a liberdade e os direitos humanos no mundo”...

“Somos alvo dos terroristas porque, na maior parte do mundo, o nosso governo defendeu a ditadura, a escravidão e a exploração humana. Somos alvos dos terroristas porque somos odiados. E somos odiados porque o nosso governo fez coisas odiosas.”

“Em quantos paises agentes do nosso governo depuseram lideres eleitos pelos seus povos, substituindo-os por militares ditadores, marionetes desejosas de vender o seu próprio povo a corporações americanas multinacionais?”

“Uma vez atrás da outra, temos destituídos lideres populares que desejavam que as riquezas da sua terra fossem repartidas pelo povo que as gerou. Nós substituímo-los por tiranos assassinos que venderiam o seu próprio povo para que, mediante o pagamento de vultosas quantias para engordar as suas contas particulares, a riqueza da sua própria terra pudesse ser tomada por similares à Domino Sugar à United Fruit Company, à Folgers e por aí adiante.”

“De país em país, o nosso governo obstruiu a democracia, sufocou a liberdade e pisou os direitos humanos. É por isso que somos odiados ao redor do mundo. E é por isso que somos alvo dos terroristas”.

“Em vez de continuar a matar milhares de crianças iraquianas todos os dias, com as nossas sanções econômicas, deveríamos ajudar os iraquianos a reconstruir suas estações elétricas, as suas estações de tratamento de água, os seus hospitais e todas as outras coisas que destruímos e que os impedimos de reconstruir com as nossas sanções econômicas.”

Em vez de treinar terroristas e esquadrões da morte, deveríamos fechar a Escola das Américas. Em vez de sustentar a revolta, a desestabilização, o assassínio e o terror em redor do mundo, deveríamos abolir a CIA e dar o dinheiro gasto por ela a agências de assistência.

Resumindo, deveríamos ser bons em vez de maus. Quem iria tentar deter-nos? Quem iria odiar-nos Quem iria querer nos bombardear? Essa é a verdade, senhor presidente. É isso que o povo americano precisa de ouvir”.

(Bernard Law, arcebispo de Boston; )



Depois dessas palavras vindas de um cidadão americano que além de ser o representante máximo da igreja católica em uma importante metrópole americana, é tenente-coronel reformado que conhecer a fundo os assuntos de segurança, fica irrefutável a idéia de que os Estados Unidos são os maiores terroristas do mundo. Ainda que também o façam pelas vias tradicionais, através da Organização das Nações Unidas – ONU e/ou busquem a autorização da corte suprema, os EUA assassinos, e esses merecem ser punidos pelos seus crimes que se perpetuam por séculos. Não vamos nem levar em contar que esse país é o maior exportar de armas e não vive sem provocar uma guerra ou arquitetando uma invasão de grupos extremistas e/ou ditadores militares. Não vamos nem tocar no assunto que esse país é o maior responsável pela devastação do planeta e maior poluidor da natureza. Não vamos nem dizer que esse país detém o monopólio das grandes indústrias e abriga investidores e mega-especuladores internacionais. Não vamos nem dizer que esse país é o responsável pelo retrocesso das economias dos países em desenvolvimento com sua política de embargos aos produtos estrangeiros, em detrimento do crescimento daqueles países que têm potencial e riquezas naturais que eles querem por que querem explorar. Não vou falar do petróleo, que aliás, seria uma tremenda bobagem dizer que a invasão ao Afeganistão era por motivo de honra militar. Não vou falar da Amazônia, o pulmão do mundo, que é muito mais rica e inexplorada pelos que a situa devido à falácia espalhada aos quatro cantos da terra que essa é patrimônio da humanidade.Não vou falar do bem mais precioso nos próximos anos que são as águas, e nossos mananciais são cobiçados pelo mundo sob os auspícios dos neoliberais que querem doar aos donos do mundo

Resumindo, os EUA deveriam seguir o conselho do cardeal e deixar o mundo respirar em paz. Deveriam descer do trono do poder e ceder espaço aos que querem e necessitam crescer. Deveriam refletir o quanto foi penoso para os povos as barbáries cometidas pelos seus governos antecessores.

Os EUA deveriam amar o seu povo como o seu povo o ama e, não continuar enganando a si mesmo, enganando o seu povo e o mundo civilizado. Os chamados bárbaros estão vivos e habitam a Casa Branca, o Pentágono e o Congresso americano. O Império da Arrogância ataque a si mesmo para contra-atacar os outros.

Desça do pedestal ô Bush animal!!!



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