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Poesias-->UM BEIJO AO DESPERTAR -- 21/01/2007 - 13:21 (Benedito Generoso da Costa) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
UM BEIJO AO DESPERTAR



À porta de meu barraco

Eu me sento na soleira,

Atrás de mim um buraco

Cercado todo em madeira.



Na seca é só poeira,

Chovendo forma-se o barro,

Levo a vida costumeira

Entre bebida e cigarro.



Ao cavaco eu me agarro

E esqueço o tempo presente,

Dou uma tossida e escarro,

Canto num tom estridente.



Quem me ouve é somente

O meu cachorro sarnento

Ao meu lado bem contente,

Sem sentir o desalento.



Eu dedilho o instrumento

Com toda minha destreza,

Entôo meu canto ao vento

Que leva minha tristeza.



Sei que a vida tem beleza

Porque já ouvi o canto

Da cigarra, essa princesa,

Que ao verão traz encanto.



Preguiçoso, entretanto,

Daí a minha miséria,

De certo modo sou santo

E minha vida é séria.



Acredito na matéria,

Mas creio no espiritual.;

Minha fé é deletéria,

Tanto no bem ou no mal.



Vi nascer no meu quintal

Um simples pé de feijão,

Ele se achava o tal,

Mas antes era um só grão.



Eu o vi cair no chão,

Para o meu bem afinal,

Quando abri o portão

E transpassei o umbral.



Escapara do bornal

Que às costas eu trazia:

Mantimentos e um jornal,

Minha compra desse dia.



Enquanto pinga eu bebia

E pensava cá comigo,

O pé de feijão nascia

Para ser meu novo amigo.



Nossa sorte não maldigo,

Hoje alguns anos depois,

Três meses ficou comigo

Nem me lembrei do arroz.



Fé na vida ele pôs

E cresceu rumo aos céus:

As folhas quais mãos apôs

Pedindo chuvas a Deus.



Eu com os botões meus

Numa dúvida ficava:

Só poeira me dava Zeus

E uma cruz me entregava.



Sem muita fé eu rezava

Que o Senhor do Universo

Não voltasse a face brava

A este que ora em verso.



Por sorte um atalho inverso

Fez com que eu encontrasse,

Não o inimigo perverso,

Mas meu irmão, face a face.



Nasceu também uma alface

Junto ao pé de feijão,

Sem que um dos dois errasse,

Houve entre eles atração.



Balançou meu coração,

Torcendo que os vegetais

Traçassem a união

Pra não rompê-la jamais.



Sem querer gemi meus ais,

Pela dor duma paixão,

Por alguém que não quer mais

Dar a mim consolação.



Vislumbrei nessa ocasião

O romance que eu tive,

Que me deu desilusão

E cuja dor sobrevive.



A emoção não contive

E cantei diante da horta

Que o amor ainda vive,

Entrando por essa porta.



Esperança não é morta

O meu cavaquinho fala:

Na cozinha assa-se a torta

E o cheiro vai para a sala.



Quem o meu sono embala,

Que também a Deus o louve,

Pois comigo agora fala

Um bonito pé de couve.



Para o Criador aprouve

Criar a mosca e a abelha,

A minha voz Ele ouve,

Pois Dele eu sou centelha.



BENEDITO GENEROSO DA COSTA

benegcosta@yahoo.com.br

DIREITOS AUTORAIS RESERVADOS














































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