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Contos-->Ah! Desculpe. -- 14/01/2006 - 17:38 (Rogério Penna) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
- Pode sentar-se. Fique à vontade.
- Obrigada.
- Podemos começar?
- Como quiser.
- A senhora permite que eu grave a nossa conversa nesta fita?
- .
- Senhora?
- Ah! Desculpe; Claro doutor. Distraí-me com esta sala. É bem diferente do que eu imaginei. Essa mesa, esses papéis. Essa bandeira do Brasil...
- Todas as salas são assim minha senhora. Pode dizer o seu nome completo?
- Doralice.
- Doralice...? Seu nome Dona Doralice, completo. Pra onde a senhora está olhando?
- Esse vidro atrás do doutor. Tem um homem passando de lá pra cá com uma pasta. Ele fica olhando aqui pra dentro. Achei que seria mais... particular.
- Não se preocupe com ele minha senhora. Pode dizer o seu nome completo?
- Ah! Sim claro. Desculpe. Doralice Atenas de Camargo.
- Atenas de Camargo.
- Atenas? Eu disse Atenas? Ai doutor, desculpe. É Esparta. Doralice Esparta de Camargo. Que tolice a minha, errar o meu próprio nome. Mas Atenas, Esparta... Eu vivo me distraindo e...
- Tudo bem. Preciso que a senhora preste muita atenção em tudo o que disser. Quem mandou a senhora aqui?
- Foi o meu filho.
- O seu filho tem algum problema?
- Claro que não. Ele só estava meio impaciente com esse meu jeito...
- O seu filho agrediu a senhora?
- .
- Dona Doralice, a senhora pode prestar atenção em mim?
- Ah sim doutor! Desculpe.
- O seu filho agrediu a senhora?
- Não doutor. Que idéia.
- O seu filho tem problemas com drogas, álcool? Tem inimigos? Teve alguma discussão ou manteve comportamento estranho nos últimos dias?
- Doutor. Não há nada com o meu filho. O problema é comigo.
- A senhora tem problemas com drogas, álcool? Tem inimigos? Teve alguma discussão ou manteve comportamento estranho nos últimos dias?
- Não senhor.
- Como a senhora chegou aqui?
- Eu vim de ônibus. Meu filho queria me trazer. Mas eu disse que eu não sou uma velha inútil. Ele disse: mas mamãe, a senhora é tão distraída. Eu disse que podia vir sozinha. Peguei o endereço e vim.
- Está certo. Vou manter a calma. A senhora precisa me dizer exatamente o que aconteceu pra que ele a mandasse para cá.
- Tudo bem doutor.
- Então prossiga. Dês de o começo.
- .
- Dona Doralice. Por favor.
- Ah! Desculpe.
- Sua história.
- Meu marido chegou em casa na terça-feira passada. Eu estava no jardim e ele estacionou o carro na garagem.
- Qual a marca e a cor do carro?
- Ora. É um... Como se chama. Aquele carro antigo que mais parece um chapéu desses de guerra. Aquele gordinho, pequenino. Parece um menino de boca cheia, estufando assim as bochechas.
- Um fusca.
- Isso, um fusca. Vermelho. Vermelho não, branco. Acho...
- Tudo bem. Continue.
- Na verdade nunca prestei muita atenção.
- Tudo bem. Continue.
- .
- CONTINUE!
- Ah! Desculpe.
- E pare de se desculpar!!!!
- Ah! Desculpe. Ahm, desculpe...
- Dona Doralice. Por favor. O que a senhora tem para falar? Porque veio até aqui?
- Ah doutor. Eu fiz alguma coisa! Eu não me lembro. Acho que entrei na casa errada, na vizinha, a dona... Dona... Ai como é o nome daquela mulher meu Deus? O fato é que meu filho disse que eu andava muito esquecida, muito distraída. Que estava ficando perigoso. E disse que eu devia procurar um médico, um desses pra cabeça, um...
- Um psiquiatra?
- Isso. Um psiquiatra.
- Dona Doralice. Preste atenção. Olhe pra mim. Eu preciso saber o que aconteceu, o que a motivou a vir até a minha delegacia.
- Delegacia?


rp.jun.05
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