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cronicas-->O Labirinto Sexual das Freiras Lésbicas de Santo Amaro -- 16/04/2004 - 12:33 (Tiago Xavier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O Labirinto Sexual das Freiras Lésbicas de Santo Amaro

Li outro dia, numa coluna da Folha de São Paulo, um texto interessante de um autor que não me lembro o nome. Este esquecimento faz com que qualquer coisa que eu escreva aqui tenha uma total falta de credibilidade. Não me importo. Se não quiserem acreditar, nada posso fazer.

O Colunista, que chamarei pelo singelo nome de Fulano, nos diz que em Santo Amaro existe um convento onde todas as terças-feiras há uma reunião de freiras. As devotas se confraternizam de maneira muito discreta, já que o assunto ali tratado é execrado pelos diferentes setores da sociedade. A desconhecida assembléia reunia 50 freiras lésbicas de diferentes regiões da cidade de São Paulo, onde havia um labirinto com proporções exorbitantes: ¿O Labirinto Sexual das Freiras Lésbicas de Santo Amaro¿.

Outra peculiaridade são as regras desse excêntrico clube eclesiástico:

1. As "lésbicas de hábito" não poderiam comentar, nem com Deus, sobre as coisas que ali dentro acontecia.
2. A mais idosa delas era a única que podia mandar e desmandar, expulsar ou convidar novas integrantes, que só ingressariam na fraternidade sendo mais nova do que todas as outras e quando uma delas tivesse seu atestado de óbito emitido.

Tendo como objetivo principal o aperfeiçoamento das técnicas que compõem a obtenção do orgasmo, as freiras se dividem sem critérios de escolha, 24 do lado direito e 24 ao lado esquerdo (sem trocadilhos com o jogo do bicho, por favor) do labirinto. A mais nova e a mais velha delas ficam no circulo central, se amando esmagadoramente. Começa a brincadeira e elas entram no labirinto. Quando a freira de um grupo encontra a de outro, pelos corredores, elas devem transar de maneira despudorada. Àquela que primeiro atingir o orgasmo está fora da disputa, tendo em vista o acúmulo de vigor que deve ser retido para a líder e a caloura. Ganha a competição o grupo que chegar com maior número de integrantes ao círculo central, tendo como prêmio uma suruba lésbica antológica.

Dia destes encontraram no labirinto uma velhinha, com 102 anos de idade. Era uma das antigas integrantes, dada como morta pelas outras. Ela nunca conseguiu sair dali depois do inesquecível orgasmo múltiplo que sentiu em 1974, o último de sua vida, que lhe deixou totalmente desnorteada. O abalo foi tão intenso que a pobre devota do Senhor nunca mais conseguiu se livrar daquelas paredes que a cercavam. Durante anos, viveu naquele lugar imundo comendo a carne dos ratos que habitavam o local e lambendo as úmidas paredes para suprir a necessidade da água. Quando foi achada, não foi possível conter a emoção. Uma das integrantes, a Irmã Nena, achou a anciã e saiu alarmando para o restante do grupo com um crucifixo em punho:

- Gente. A Irmã Acácia. Valha-me Deus. Crê em Deus Pai três vezes. Ai Senhor...

Todas as irmãs correram, ou pelo menos as que acharam o caminho entre as divisórias do labirinto, na direção dos gritos de desespero da velha Nena. Quando viram irmã Acácia, começaram a entoar louvores em afeição aos mortos. Uma das freiras abraçou a perdida, tascando-lhe um beijo daqueles em sua boca. O hálito podre da velha a fez vomitar. No cessar dos louvores, irmã Acácia foi questionada:

- Que faz aqui. Todas achávamos que a senhora havia morrido.
- Quê? Vocês me abandonaram aqui durante anos. Durante todo esse tempo eu ouvia gemidos, assim sabia que era terça-feira e me guiei no tempo desta forma. Tentava seguir o som, mas nunca achei nenhuma de vocês.
- Por que não gritou por socorro?
- Acha que essa minha voz rouca eu tenho a toa?

Dona Acácia começou a chorar, sentou-se num canto úmido e balbuciou, entre lágrimas, que tinha um ultimo pedido a fazer, pois estava velha e não tinha muitas esperanças em viver. Disse que sentiu muita solidão, nojo de si mesma por estar a tantos anos sem um bom banho e uma boa refeição apenas sobrevivendo pela fé que tinha em Deus, que é um bom pai para seus filhos.

- Que pedido é esse? - perguntou Irmã Neca, já refeita do susto inicial.

A velha fechou os olhos, deu um sorriso sem dentes e, abrindo as pernas enrugadas, implorou num tom solene:

- Pelo amor de nosso Senhor: alguém me dê uma bela chupada.
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