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Cordel-->GOLPE CONTRA A DEMOCRACIA -- 09/08/2015 - 00:46 (Benedito Generoso da Costa) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
GOLPE CONTRA A DEMOCRACIA

I

Sei que sou um cidadão
E cumpro o meu dever,
Pago em dia meus impostos
E nunca deixo de ler
Desde a Bíblia até Jornais
E as revistas marginais
Pra me instruir e entreter.

II

Nada tenho a esconder
E nem temo encontrar
Chifres na minha cabeça
Porque nunca quis chifrar,
Mas se acaso for chifrado
Chifro a sombra do veado
Antes dele me atacar.

III

Há um país peculiar,
Um gigante adormecido,
Que conheço muito bem
Porque nele fui nascido
E onde também fui criado,
Na sã doutrina educado,
No bom princípio instruído.

IV

Dentre outros, há um partido
Que governou o país,
Bem como alguns Estados,
Municípios, enfim diz
Que fez choque de gestão
E boa administração,
Mas só cresceu o seu nariz.

V

Fez a nação infeliz
Já no seu primeiro ato,
Quando comprou a reeleição
Para um segundo mandato
Que foi pior que o primeiro,
Vendendo ao estrangeiro
Um rico país barato.

VI

Foi assim que o tucanato
Levou avante o entreguismo,
Que durante oito anos
Jogou o país no abismo
Nos consórcios e aparelhos,
Deixando o país de joelhos
Submisso ao imperialismo.

VII

Partido sem patriotismo
Investiu contra o Estado
E sucateou os órgão públicos
Deixando desmantelado,
Sem ética e nem moral,
Todo o aparato social
Nas mãos do lucro privado.

VIII

Deixou o país quebrado
Esse partido nefasto
Seguindo hipocritamente
A parecer puro e casto,
Mas esconde em seu porão
Muita lama e podridão,
Prantos de dor em seu rastro.

IX

Só pra reduzir o gasto
E minorar a despesa
Da máquina do governo,
Não se mexeu na riqueza
De quem ganha sem trabalho
E assim as cartas do baralho
Foram trocadas na mesa.

X

Uma vez mais sem defesa,
Pagou o trabalhador
Com salários arrochados
E o desemprego a se impor
Ao país em recessão
No escuro pelo apagão,
Que ofuscava toda cor.

XI

Desabrochou nova flor
Há tempos em gestação
E que foi sempre abortada
Em cada nova eleição;
Brilhou uma estrela no céu,
Vermelha e um negro véu
Fazia-lhe ofuscação.

XII

Uma vez mais a nação
Enchia-se de esperança
De um futuro melhor
E atrás a triste lembrança
Daquele frio inverno,
Que um covarde governo
Impôs-lhe sem ter bonança.

XIII

Como o bem sempre avança
E o mal se esfuma e desfaz,
O tal partido do atraso
No repúdio hoje jaz,
Escondendo atrás do escudo
Da mentira e faz de tudo
Pro país voltar atrás.

XIV

Buscando justiça e paz,
O povo jamais desiste,
Muitas vezes se engana,
Porém na luta persiste
E enfrentando nova prova,
Sua esperança se renova,
Porquanto o sonho existe.

XV

De um passado tão triste
Deslumbrou-se o futuro
Próspero e promissor,
Com o trigal bem maduro
Já pronto para a colheita
Para terminar a empreita
Após um trabalho duro.

XVI

Depois do aperto e apuro
E de arrocho salarial,
Da política econômica
Dum perfil neoliberal,
Que o partido exorcizado
Impôs ao assalariado,
Um estrela deu sinal.

XVII

Surge a saída afinal
Prenunciando amor e paz,
É com luta que se vence
Brilha uma aurora lilás
Depois de muito infortúnio,
Uma luz ao fim do túnel
Deixou as trevas para trás.

XVIII

Um outro confronto jaz
Em uma nova eleição,
O partido governista
Enfrentando a oposição
Com um fraco candidato,
Ante a um trabalhador nato
Que representa a nação.

XIX

Foi como se um furacão
Viesse de sul a norte
E um tufão encontrasse
Para uma luta de morte,
Vindo de leste a oeste,
Mas foi o cabra da peste
Que teve a melhor sorte.

XX

O país ficou mais forte,
Mesmo estando de joelhos
Ante o branco imperialista,
Inimigo dos vermelhos,
Que sem nenhum destemor
Surrou o governo anterior
Com chibatadas de relhos.

XXI

Outros tempos e aparelhos,
Agora a história mudou,
O programa fome zero
No país se propagou:
“Ninguém vai dormir com fome,
Aqui todo mundo come,
Ou não serei mais quem sou!”

XXII

Nosso mandatário honrou
As promessas de campanha,
Pagou até a nossa dívida
E o país não mais apanha,
Pode ao contrário, surrar,
Mas prefere financiar
O FMI e sem barganha.

XXIII

Oito anos de façanha,
Governança vencedora,
Nosso PIB em ascendência,
Pátria amada promissora,
Por falta dum santo, a santa
Seja a nossa governanta,
Mulher forte e lutadora.

XXIV

Da eleição foi ganhadora
E dando continuidade
Às políticas inclusivas
Para o bem da sociedade,
Pobreza se reduziu,
Morte infantil diminuiu
E aumentou a longevidade.

XXV

Porque a prosperidade
Incomoda a oposição
Que nunca pensa no povo,
Senão logo na eleição
Próxima que se aproxima,
E que nunca faz faxina
Sujando ainda mais o chão.

XXVI

Já o partido da inação
Três vezes foi derrotado
Em eleições democráticas
Que perdeu, mas respeitado,
Respeitando contribuiu
Com o país que evoluiu
Rumo ao progresso almejado

XXVII

Novo pleito foi chegado
Pra renovar-se o mandato,
E eis que surge desta vez
Um disputante novato
Que o tal partido lançou,
Porquanto nele apostou
Ser o melhor candidato.

XXVIII

Quase que venceu, de fato,
Na eleição mais disputada
De ataque e contra ataque,
Pós a disputa encerrada
Foi no entanto vitoriosa
Contra o cravo a mesma rosa
Para a segunda empreitada.

XXIX

Com sua cara deslavada
O perdedor aturdido
Lançou-se numa cruzada
Sob a guarda do partido
Quatro vezes derrotado,
Achou o momento chegado
Para um golpe atrevido.

XXX

Não aceitou ter perdido
Uma eleição democrática
Por ser um irresponsável,
(Foi essa sempre sua prática)
Esse tal playboy gabola,
Dono do campo e da bola
Contra uma regra socrática.

XXXI

Lançou mão de nova tática,
A qual seu partido endossa
Investindo contra tudo
Que ajuda a gente grossa,
Pró Une, Bolsa Família,
Luz pra todos e partilha,
Teto em cidade ou na roça.

XXXII

Esse ódio que se alvoroça
É insuflado pela mídia
Que instiga todo um povo
A um confronto e insídia
E, pra manter privilégios,
Só divulgam sortilégios
Numa afronta perfídia.

XXXIII

Querem sucessão falcídia
No mando da presidência,
Mas isso é puro golpismo
De descarada indecência,
Porque o povo reelegeu
A guerreira que venceu
Um boêmio em decadência.

XXXIV

Esse partido em falência
E todos os seu sequazes
Querem salvar a si mesmos,
Só disso é que são capazes,
Não aceitam que um torneiro
Fez-se um dia timoneiro
Para as reformas de bases.

XXXV

Muitas moças e rapazes,
Todos na flor da idade,
Até que enfim conseguiram
Cursar uma faculdade,
Porquanto um tecnólogo
Bem longe de ser sociólogo
Deu-lhes a oportunidade.

XXXVI

Foi grande a prosperidade
No governo progressista
Com distribuição de renda
E a energia iluminista,
Chegando à zona rural
Sem pagar nenhum real
Pra clarear toda pista.

XXXVII

A outra maior conquista
Foi para a classe operária,
Que nunca tinha adentrado
Em uma agência bancária,
Passando a viajar de avião
E a congestionar saguão
De aeroporto e rodoviária.

XXXVIII

Mas a classe reacionária
Sentiu-se incomodada,
Porque a conquista social
Fê-la assim ameaçada,
Porquanto o cheiro de povo
Que não tem nada de novo,
Faz toda a elite enojada.

XXXIX

Preferível a cavalada,
De um regime militar,
Com o cheiro de cavalo
A um governo popular
Para dar escola ao povo,
Que depois de comer ovo
Passou a comer caviar.

XL

Quem só pensa em se salvar,
Como é o caso do partido,
Que após o seu desgoverno
Entregou um país falido
Nas mãos de um partido novo
Eleito por todo um povo
Esperançoso e sofrido...

XLI

Retomando o interrompido,
Voltar atrás nunca mais,
Foi-se o tempo da tortura
No império dos generais,
Que os golpistas sequazes
Não sejam lobões vorazes,
Deem-nos as mãos como iguais.

XLII

Não pense o leitor jamais
Que não enxergo a situação
Diante dos nossos olhos,
Causando preocupação,
Pois que vejo como crítica
A grave crise política
Minando a nossa nação.

XLIII

Que toda a corrupção
Seja apurada e punida
E nenhum rato escape
Por falta de raticida,
Vamos armar ratoeiras
No congresso e nas feiras
Para bandido e bandida.

XLIV

A nossa nação ofendida
Retome a sua premissa:
O lema ORDEM E PROGRESSO
Para uma gente mestiça,
Não haja cunha encravada
E sim porta destravada
Pra liberdade e justiça.


BENEDITO GENEROSO DA COSTA

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