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Artigos-->Uma Nova Forma de Prostituição -- 01/10/2002 - 23:57 (Valdir Antonelli) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Uma nova forma de prostituição...



Há pouco mais de um mês, em entrevista que fiz com a vocalista do Pato Fu (www.songweb.com.br), Fernanda Takai, perguntei sobre uma polemica criada pelo editor da revista Super Interessante, onde este dizia que a Fernanda deveria usar roupas mais sexys, que assim poderia atrair mais publico... A resposta, que reproduzo a seguir, ilustra muito bem qual deveria ser a postura de público e critica sobre o assunto - "Acho apenas que não tenho vocação alguma pra esse tipo de rótulo. Gosto de saber que algumas pessoas conhecem nossas canções e não a nossa cara. É sinal de que a música ainda é o mais importante". Fernanda Takai. Só que não é bem isso que vemos.



A industria fonográfica não se preocupa apenas em procurar um artista com talento, o talento muitas vezes é desnecessário, mas sim em achar uma carinha bonita, que arraste multidões para os shows e que venda milhares de centenas de discos. Isso vai totalmente contra ao que imaginamos que é a função de uma gravadora, que é nos presentear com boa música, mas no entender destes executivos, boa música é algo não muito vendável. Exemplos disso existem aos montes, aqui no Brasil os exemplos clássicos são os grupos de axé, ou qualquer outro ritmo baiano, alguém por acaso presta atenção às letras?? Outro exemplo, este mais recente, Kelly Key, aquela do "Baba Baby". Existe uma campanha fortíssima para que a garota estoure. Lá fora temos muitos outros exemplos, o mais famoso é Britney Spears, que nem cantar direito sabe, já que ela usa um softwarerzinho em seus shows que modula sua voz e impede que ela desafine.



Estes artistas não tem culpa de serem ruins, se as gravadoras fossem sérias eles jamais seriam alçados a posição de estrelas. Na verdade começo a pensar se as gravadoras tem realmente culpa disso. Afinal elas lançam estes pseudo-artistas porque existe um público ávido para comprar tal trabalho. Mas não deixa de ser triste ver que a música nem é levada em conta. Aqui conto uma historinha para ilustrar. Um colega de trabalho um dia apareceu com o CD do É o Tchan, um dos primeiros, e perguntei o que ele achava do grupo. Ele disse que não achava nada, porque não conhecia, comprou o disco porque viu duas boazudas na capa(!!). Me respondam, qual gravadora ira deixar de lado esta chance de ganhar dinheiro? Nenhuma, elas alegam que precisam deste tipo de artista para poderem lançar outros menos comerciais, é uma troca, se bem que esta troca não é as redime de nada. Ai deste artista, não comercial, que não vende um número razoável de discos, estará na rua rapidinho, e não tem boazuda na capa de CD que irá salva-lo...



Não sei se me fiz entender, mas é claro que muitos executivos destas gravadoras tem um gosto musical refinado, que adorariam que um Tom Zé vendesse horrores, mas sabemos que não é assim que as coisas funcionam. A culpa então é de quem? Dos brasileiros que compram estes discos. A cultura brasileira ajuda nisso, é só vermos que quanto mais simplista é a letra, e quanto mais duplo-sentido ela for, mais venderá. Alie-se a isso um rostinho bonito, seja masculino ou feminino e pronto, a bomba esta armada.



Mas do mesmo jeito que estes artistas chegam do nada, vão embora também sem fazer falta. A super exposição que sofrem acaba por desgastar tanto a imagem deles que aquele público que comprava o disco, assistia ao video ou aos programas de tv, só para ficarem suspirando pelos idolos, também enjoa e sai a procura de novidades. E o circulo vicioso continua a toda. Publico quer, gravadora lança, publico compra, tvs e radios começam a tocar e a mostrar este artista a todo o momento, publico se cansa, gravadora dispensa, e, por fim, gravadora lança um novo artista, com as mesmas caracteristicas do anterior, mas com uma cara nova...



No caso de alguns, com o Pato Fu que conseguiu vencer esta barreira, mesmo que não venda tanto quanto a Kelly Key, é um alivio saber que existe vontade de se fazer música apenas, e não apelar para um rostinho bonito, um corpo sarado. Mas é duro ver que a realidade é mais tranquila, mesmo que por pouco tempo, a quem abusa da sexualidade como principal chamariz e a música fica em segundo plano. A nós que preferimos música à bundas, resta torcer que um dia a coisa mude de figura e que as gravadoras deixe de trabalhar como simples gigolos.

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