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Poesias-->OUTONO -- 06/02/2007 - 20:46 (Maurício Santanna) |
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Hoje eu me lembro claramente
Da primeira vez em que nos deparamos,
E de como eu fui seduzido
Pelos teus olhos de esmeralda.
Eu sei o quanto eu hesitei
Em te colocar no meu mundo,
E também reconheço que você me ofereceu
Mais do que eu jamais poderia ter.
É fácil constatar a destruição causada
Por este amor insano,
Mais fácil ainda é ver que com você eu passei
Os meus melhores anos.
Quantas vezes o meu chão se foi
Pelos caprichos da tua vontade,
De me fazer pousar nos teus braços
E transpor a inútil realidade.
Nos teus coloridos segredos havia um céu mutante,
Passear nas nuvens contigo foi o melhor presente,
Mas eu sempre ressurgia
Com o vento frio do outono.
Cada minuto ao teu lado
Teve o encanto de uma eternidade,
Mas ainda assim o tempo passou
No revoar de um breve instante.
Por você os meus dias anoiteceram
E as minhas noites viraram sonhos,
Sonhos pelos quais eu desejei não acordar,
Mas acordei sem que eu pudesse te ver.
O meu maior engano foi buscar em outra ilha
O que de mais belo havia no seu continente,
Mais que por falta de reciprocidade
Nunca estava ao meu alcance.
Seu pior erro foi não perceber
A magnitude perfeita dos meus defeitos,
E a longitude inimaginável dos limites
Do meu amor por você.
Eu usei a verdade para expressar o que eu sentia,
Mas menti muitas vezes para não te perder,
Calei quando não deveria
E gritei quando ninguém mais ouvia.
As suas úmidas mãos se deslizaram das minhas,
E as sinuosas linhas do seu rosto determinaram
O imprevisível desfecho de uma história
Que certamente não se acabará nesta estação.
A minha alma vazia fez da distância o meu escudo,
Nela eu te observo, imóvel e calado,
Remetendo-me sem razão a um sonho improvável,
De outra vez acordar ao seu lado.
....Os direitos estão reservados....
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