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Poesias-->AMA-ME COMO SOU -- 10/02/2007 - 11:50 (Jair Fonseca Martins) |
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AMA-ME COMO SOU
Ama-me como sou
Pedra partida ao meio
Com o olhar na colina distante
Vendo estrela no seu seio.
Ama-me assim
Arranhada com a vergonha
Marcada pelo medo
Minha terrível manha.
Ama-me como sou
Folha embolada ao chão,
Ou como sortidas flores
Diversidades da predileção.
Ama-me assim
Quando nas janelas imaginárias
Debruço-me pensando ser feliz.
Acode-me dessa insane malária.
Ama-me como sou
Quando na fina chuva
O frio for o meu aconchego
Agasalho do meu desasossego.
Ama-me assim, nesse deserto.
Onde fantasias hidratantes refrigeram-me,
Traçando caminhos verdejantes nas miragens,
Consolando-me na passagem.
Ama-me como sou
No estremecer das batidas do relógio
Proclamando a hora primeira
Do meu estado ócio.
Ama-me assim
Na imagem inanimada do meu retrato
Que com olhar inerte
O sigo em todos os seus atos.
Ama-me como sou
Estonteada com a força do vento
Impactuado nas vidraças do coração,
vendo a minha ilusão dormir no relento.
Ama-me assim
Como um homem, uma mulher, uma criança
Na sábia essência da pureza
Que do amor recebe a herança.
Ama-me como sou
Favo de mel no degustar do fel
Na sombra cruz do meu viver
Favorecido pelas graças do céu.
Ama-me assim
Ao som do sino da matriz
Chamando os fiéis a devoção
Ofertando gratidão que a Deus bendiz.
Ama-me como sou
Nessa hora da minha sanidade eclética,
Na despedia de quem sou
Guarnecida pelo seu amor ético.
Ama-me assim.
Jair Martins 28/08/05 14h27
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