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Poesias-->Papel de bala -- 11/02/2007 - 13:26 (Silvio Guerini) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Não me lembro com precisão

quantos dias já se foram

nem quando me vi nesta solidão

quantas noites já passaram

cheias de dor e desilusão



E o que restou daquele monte de sonhos

que nossos desejos acalentavam

daquele sol intenso que brilhava

quando nossos olhos se viam

daquele calor ardente que aquecia

nossos corpos sedentos que se tocavam

e o que restou de tudo

no final...

foi praticamente um nada

de essência quase banal

natureza fantasiada

um pequeno pedaço de papel

celofane vermelho

brilhante como espelho

refletindo meu destino cruel



Não me lembro ao certo

quando sorri pela última vez

nem quando senti tão perto

a falta que você me fez

deixando meu coração aberto



E o que restou de tudo... da gente

de tantos olhares trocados

das mil juras prometidas

de tantos sonhos molhados

daquele amor sem fim

de prazeres arrepiados

o que restou

no final...

foi um singelo celofane

que ainda guarda o perfume adocicado

de uma bala de cereja

que relembra tua boca

de uma volúpia que me enseja

uma vontade louca de me perder nos teus lábios

uma vez mais... que seja!



e no final...

o que restou...

foi um simples papel avermelhado

brilhante

delicadamente enfeitado

uma lembrança que não cala

o grito do amor que se foi

a dor que meu corpo exala

e o que restou de tudo... no final

foi um simples... papel de bala





Silvio Guerini

04 de agosto de 2005, 20h33

guerinis@uol.com.br



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