As deslealdades dos políticos insultam o eleitorado.
Van Grogue entrou naquela manhã clara de sexta-feira no famoso bar Eflúvios da tia Cris. O ambiente estava tranqüilo e no ar, o som do rádio, postado no alto duma prateleira, produzia uma espécie de pacificação acentuando o bucólico do lugar.
Logo que Grogue viu a tia legal percebeu não estar ela muito bem. O homem recostou-se no balcão e pedindo o de costume notou sua palidez acentuada. Perguntou então se podia ajudá-la.
Tia Cris, sentindo-se confortada, contou-lhe que sua vista estava escura, sentia zoada nos ouvidos e dores na nuca.
Diante desse quadro crítico o que Van Grogue poderia fazer? Enfático ele disse: “É bom benzer!”
Quando tia Cris preparava-se para manda-lo caçar sapos, plantar batatas ou catar coquinhos, entrou ofegante o Ernesto Mail. Ele falou: “Estourou outro escândalo na prefeitura! Descobriram que o dinheiro pago pela população para quitar o ISS foi desviado por alguns funcionários.”
Tia Cris, num gesto instintivo de defesa levou as mãos aos ouvidos e afastou-se rapidamente.
Grogue perguntou: “Escuta Mail: você não tem medo de sair por ai falando essas coisas, esses assuntos?” E. Mail respondeu: “Aquele que me informou pediu sigilo. Mas quem não espalha é Corega. Eu vou falar para todo mundo.”
Van Grogue desacorçoado ingeriu o último gole, pedindo porém, logo em seguida, outra dose reforçada à tia Cris.
Os homens bebiam e, quando já confundiam aviso prévio com aviso breve, tiara com tia Yara e ciático com asiático, ouviram o locutor noticiar a descoberta do vírus da gripe aviária nas galinhas de Tupinambicas das Linhas. Dizia o informe: “O ministério da saúde acaba de avisar que localizou um foco da gripe aviária na cidade. Trata-se de 137 galinhas caipiras da granja do seu João Rochedo situada na periferia de Tupinambicas das Linhas. O pessoal encarregado já foi instruído sobre o que fazer com elas. A cidade toda aguarda, com apreensão a aplicação das medidas sanativas cabíveis.”
Van Grogue olhou para o E. Mail e perguntou com voz embargada: “Pô, mas até aqui nesse fim de mundo acontece isso?” E. Mail respondeu: “Pois é, galinha tem em todo lugar. E essas de Tupinambicas das Linhas mereceriam láureas se não estivessem infectadas. Ô vírus danoso!”
Curiosos por saber o quê ou quem teria causado a tal doença nas 137 penosas da urbe, os dois amigos concordaram quando por dedução, concluíram ser a culpa toda da maldosa seita maligna do pavão abilolado.
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