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Contos-->Escrevendo um sonho. -- 18/01/2001 - 10:27 (Ana Paula Moreira) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Escrevendo um sonho

Pensou muito em como iniciar seu conto de uma forma diferente, acreditava que quando se lê algo que lhe prende desde o início, seja por susto, emoção ou simples curiosidade, é grande a probabilidade de que se continue a leitura, mesmo que o desaponte o que for escrito depois. Ora, a autora de uma introdução tão chocante é bem capaz de surpreender no final.

Não demorou muito a constatar que suas tentativas de um começo chocante, não vinham sendo bem sucedidas, e que seu insucesso tinha como causa a falta de criatividade; nesse momento percebeu que abriram-se à sua frente apenas dois caminhos de saída dessa sua quase que encruzilhada: ou começaria seu conto com o tradicional "era uma vez" ou contando a verdade; optou pela verdade, retratando, para iniciar seu conto, como fora difícil fazê-lo.

Então, clamou ao leitor:

- Se já chegou até aqui, continue, se pensa em desistir da leitura por não ter conseguido captar sobre o que tratará o conto que está sendo lido, não desista. Se serve de consolo, até a presente palavra, eu, autora, também não sei sobre o que escrevo, e nem por isso desistirei do meu objetivo de escrever. Ah, escrever!!!!

Desde menina sempre gostara de escrever; se lhe perguntassem, naquela época, não o que gostaria de ser quando crescesse, mas sim o que realmente gostava de fazer, a resposta seria: E s c r e v e r.

Entretanto, perguntaram-lhe o que seria quando crescesse, o tempo passou e foi estudar as leis, mas deixara guardada bem no fundo do seu baú dos sonhos esta lembrança. Tão lá no fundo que sequer se dava conta que esse sonho ainda existia: Trabalhar com as palavras e viver de letrinhas.

Até que um dia, de forma simples, lendo o editorial do jornal, deu-se conta desse seu antigo, mais ainda atuante sonho. Apesar do tempo, ele ainda pulsava.

Nesse momento, apesar da idade avançada, apesar do mil motivos para que seu sonho continuasse a ser apenas um sonho, empunhou a caneta e decidiu fazer também aquilo que gostava, não por dinheiro, não para que outros a admirassem, decidiu escrever por prazer.

É claro que esperava que apreciassem o que escreveria, contudo, continuaria a escrever independente de julgamentos porque escrever era muito mais que a vontade de mudar as pessoas e o mundo, era ainda maior que a vontade de mudar a si mesma - e questionar a si mesma - era mais que o desejo de registrar suas idéias e de não se esquecer do que fora, e dos seus sonhos, não tentaria inutilmente explicar o inexplicável, escreveria simplesmente porque escrever a fazia feliz.

No entanto, eis que surge um pequeno problema: Precisava de um tema. E novamente questionou o leitor:

- Ora, você já deve ter se perguntado pelo menos uma única vez desde o começo da leitura: "sobre o que se trata?". Afinal, seria assim tão assustador um conto sem tema? Ok! Ok! não serei assim tão inovadora em meu primeiro conto: vou definir meu tema.
Pensou em escrever algo que estivesse em moda, como um conto sobre a onda de improbidade que assola o país, ou que contasse sobre a venda do Brasil para o FMI. Poderia também partir para a linha tradicional e falar sobre o amor, a miserabilidade do homem, a esperança, os sonhos.

Seriam tantas as opções de temas que poderiam ser por ela enumeradas! E certamente não seria tão difícil escrever sobre qualquer uma delas, afinal já se escreveu tanto sobre tudo isso que não lhe faltariam subsídios.

Porém, contudo, todavia, no entanto... quando se desafia escrever algo que já fora objeto de muitas obras é difícil ser inovadora. Era provável que se repetissem em sua história muitas idéias de outros, por ela adaptadas, e que surgissem duas ou três idéias novas perdidas em meio a tantos argumentos já conhecidos. A verdade é que se ela dificilmente se lembraria do seu conto, seu leitor certamente se esqueceria das suas palavras, uma vez que elas não seriam muito diferentes das palavras já lidas.

E agora José? Sobre o que falaria como um primeiro passo na tentativa de realizar seu sonho de escrever?

Até que de repente, não mais que de repente eis que surge uma luz no fim do túnel, e ela teve uma grande idéia:

- Não sou apenas eu quem devo decidir sobre o que você quer ler, você também deve falar. Ora, o meu super tema pode muito bem ser a idéia que está presa dentro da sua super cabeça.

Então, escreva-lhe, sugira, ou simplesmente pense forte, quem sabe a força do seu pensamento a inspire, afinal há mais mistérios entre o céu e a terra do que ousa sonhar a nossa vã filosofia.
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