À deriva
Tere Penhabe
Estou só no meu pequeno barco
perdido na imensidão do oceano
sem rumo, sem desejos, sem razão
barco à deriva... como meu coração!
Por tanto tempo naveguei demais
enfrentando a fúria das tempestades
acreditava que ia chegar a algum lugar
finalmente estar contigo, te encontrar.
Esse sonho intenso, colorido, foi meu timão
minhas velas, minha bússola, minha fé
segurei tão firme que sangrou-me as mãos
retalhou-me a alma, abalroou uma ilusão.
Ciclos da lua me enganaram, a maré não foi fiel
quando pensei ver terra firme, poder aportar
foram os ventos que vieram me abraçar
lançando-me cruelmente para longe do cais...
Desesperei-me, tentei chorar mais uma vez
descobri que já não sei chorar como eu pensei
vencida pelo cansação, na proa do meu barco
à deriva estou ainda... não sei se fico ou parto...
Santos, 14.01.2007_19:00 hs
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