Uma noite comum. Sento-me em meu sofá e ligo a televisão. Entre as constantes trocas de canal deparo-me com um programa sobre os países muçulmanos, os países hoje considerados pelos EUA como o "eixo do mal". Os repórteres usam repetidamente termos como "loucos" e terroristas para definir o povo muçulmano e ficam abalados com os depoimentos das pessoas que dizem não acreditar que Bin Laden tenha cometido os atentados do dia 11 de setembro. Como seria possível não acreditar? Os fatos não estão expostos? O próprio presidente superpoderoso George W. Bush havia falado que era ele, ora bolas!
Ora amigos, quantos de nós sabem falar árabe? E mesmo que soubéssemos, poderíamos entender uma palavra com as terríveis dublagens que são feitas sobre a voz de Osama Bin Laden em suas supostas confissões?
É fácil falarmos de uma nação da qual estamos a milhares de quilômetros de distância, mas exponho agora para vocês um fato que li nos jornais: planos de intervenção americana estão sendo elaborados para que se concretizem aqui, em nosso país, em nosso estado, na região da tríplice fronteira. Certamente é muito fácil dizer amém a tudo que a mídia americanizada diz mas, quando os imaginamos no nosso chão, o sentimento é diferente, não é? Se tivéssemos soldados americanos em nossa terra, nos ditando regras de conduta, não teríamos nós também que tomar atitudes, mesmo que extremas?
Os americanos culpam o Iraque e o Irã por suportar a causa palestina, com investimentos comprovados em alguns milhões de dólares. Porém, não se discute quantos bilhões são enviados a Israel para manter um povo, uma nação subjugada aos seus interesses, para comprar tanques que destroem casas, escolas e pessoas muçulmanas. Concretiza-se expressamente a tentativa de se fazer uma limpeza étnica, muito mais evoluída e organizada que a de Hitler, somente mudando o alvo: no poder do terceiro reich tentava-se o extermínio dos judeus, agora, com o apoio das anteriormente vítimas, tenta-se exterminar o povo muçulmano.
Não existem católicos e protestantes se dizimando na Irlanda? Porque Bush não intervém lá? Porque não diz que uma das duas religiões é "louca" ? Que atitude tomou os Estados Unidos no conflito entre bósnios e sérvios que se compare á "ajuda" que ele quer dar no oriente médio? Reparem como a força extrema só é usada contra muçulmanos que por suas diferenças culturais e geográficas possuem um entendimento diverso ao ocidental, isso sem falar nos seus riquíssimos poços de petróleo, é claro.
Não sou a favor da violência, mas peço que seja feito por sua parte um balanço do que se houve com a realidade. Como podemos julgar outro povo? Não acreditamos na liberdade, na igualdade e na fraternidade mais? Em tempos passados nós, sul brasileiros não fomos considerados (se é que ainda não somos) diferentes também e tivemos que recorrer à guerra para ganharmos nosso lugar?
Por último faço um apelo a todos, que tenham consciência sobre os fatos e analisem a nova ordem mundial que está sendo estabelecida, não acreditem nas mentiras da mídia que apenas revela o que lhes é conveniente e ergam-se pelo justo.
