Sou campônio, não nego minha sina
Moro ao lado de Dona Natureza
Pode até faltar pão na minha mesa
Mas por isso a esperança não termina.
A dureza do campo me ensina
O segredo pra manter serenidade
E assim vai avançando minha idade
Neste chão que cativou meu coração
SÓ ACEITO DEIXAR O MEU RINCÃO
SE ME DEREM UM SÍTIO NA CIDADE.
Meu amigo já falou da desgraceira
Dessa vida de refém na zona urbana
O traçado da cidade nos engana
Quem insiste logo vê que fez besteira.
Os turistas ficam sempre sem carteira
Sem relógio, sem anel (sem vaidade)
Muitas vezes ficam sem identidade
Mas ninguém quer visitar o meu Sertão
SÓ ACEITO DEIXAR O MEU RINCÃO
SE ME DEREM UM SÍTIO NA CIDADE.