BEIJO ÁCIDO
Minha boca se abre
Ao calor do seu hálito
Um beijo é selado
Pela força do hábito.
Transpiro o engodo.
Voraz, esfolas meus lábios
Do desejo ao descaso,
E o umedeces pelo néctar insípido.
Nada vejo até que,
Desnudas da face o pudor.
Como caldeira comporta-se meu coração,
Com lavas que banham o corpo
De uma alma ausente.
Beijo ácido,
Queimas o meu paladar
Não sinto gosto.
O vapor do repúdio
Reveste o meu rosto.
Jair Martins - 28/02/07 04h30
|