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cronicas-->Mais uma pessoa vomitando bobagens sobre o amor -- 08/05/2004 - 17:19 (Bruno D Angelo) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Existe, no mundo inteiro, mais de um bilhão de pessoas querendo ser amadas incondicionalmente ou até condicionalmente. Mas vamos ser bem sinceros, não existe esse tanto de amor para suprir a necessidade de todos nós, famintos por afeto humano.
Antes que me chamem de descrente, coração de pedra, cético e babaca que não entende nada da vida, eu me adianto para tentar dar uma explicação convincente. Não estou dizendo que não devamos amar uns aos outros e confraternizar nossas alegrias e tristezas à espera de conforto e compreensão. Não, não estou dizendo isso, na verdade o que estou dizendo é que não temos tempo para isso.
Sejamos francos, ninguém consegue parar de pensar em si, nem por um segundo. Somos obrigados a pensar em nós mesmos sempre, pois não conseguimos nos desgrudar de nós mesmos; acordamos, comemos, tomamos banho, dormimos, sonhamos e quem não nos larga um minuto? Sim, nós mesmos. Sei, sei, eu sou rei do óbvio. Muitas pessoas já disseram isso e com muita mais eloquência que eu. Sim, provavelmente isso é verdade, mas só repito porque acho que vale a pensa salientar esta constatação milenar tão difundida no mundo ocidental.
Não estou pregando com isso, um individualismo desmedido e inconsequente, até porque já vivemos nesta era. Não estou dizendo que devamos virar as costas para todos e passar por cima de qualquer valor ético ou moral para conseguir o que almejamos. Não estou dizendo isso, porque é completamente inviável viver de tal modo. Apesar de sermos nós mesmos o tempo todo, somos também outras pessoas o tempo todo, por mais paradoxal que isso seja. Querendo ou não, somos animais sociais. Somos presos a convenções e a valores impregnados em nosso cotidiano e esquecidos pelo vaivém da história, da pequena história.
Quando eu disse que não temos tempo para amarmos uns aos outros, acho que cometi um erro, não foi bem um erro, mas acho que não fui completamente sincero. Tempo é problema nos dias atuais, mas sempre foi e não é ele o único causador de nossa apatia afetiva, de nossa atitude blasé diante do outro. Talvez, e eu digo talvez porque não sou cientista social, sejamos assim, porque sempre fomos assim. Nossa que explicação genial hein!
O que eu quero dizer é que ninguém pode nos obrigar a amar outras pessoas, do fundo do nosso coração, por um simples sentimento de culpa. Quer dizer, nos obrigam a amar por um simples sentimento de culpa, mas como a própria frase diz: somos obrigados. E não acho que isso seja uma coisa muito saudável em longo prazo. Ficamos doentes, ficamos carentes e acabamos dependendo tanto de outrem como de nós mesmos. Pois acreditamos nessa balela de que o amor e a paz existem e devem reinar absoluto aqui ou no céu.
Querem despertar em nós, um sentimento de solidariedade recóndito e essencial. Não digo que não devamos ser solidários, mas as coisas não funcionam bem assim. O amor, a paixão, o desejo de se compadecer com o próximo vem muito mais de um vínculo de interesses e afeto do que de qualquer outro lugar.
Acho que não fui claro. Nem um pouco claro, aliás. Comecei falando de amor e agora só consigo defender a mim mesmo, tentando não demonstrar minha indelicadeza perante as coisas do mundo. O que eu quis mostrar para vocês nesta crónica, é que não sou contra, nem a favor do amor, mas só penso que as coisas não são tão simples assim. O amor não cai do céu, o próximo não se compadece e não ama você sem mais nem menos, e nem posso dizer que é um pena isso não acontecer. Eu não penso assim.
O amor é um sentimento mundano, como o tesão, como o ódio, como a paixão, se não for uma pequena partícula misturada entre todos estes outros sentimentos. O amor não é mais e nem menos, não é a salvação e não é a perdição, o amor é alguém gostar de você por um instante que seja, da forma mais banal. E isso pode acreditar, já aconteceu com você.
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