(Publicado originariamente no JORNAL DE UBERABA em 09.07.1999)
“Los revolucionarios latinoamericanos no deben caer en la tentación de negarse a sí mismos, sino reafirmar princípios que para algunos perdieron vigencia, pero que siguen presentes al no haber desaparecido las causas que los originaron.”
RUZ, Fidel Castro - UN GRANO DE MAÍZ, Ed. Oficina de Publicaciones del Consejo de Estado, Havana - 1.992.
A política de concentração de rendas, a exclusão social e a tutela estatal para alguns setores da economia, (leia-se banqueiros), o desprestígio do Estado para com a produção, a falta de ações sociais, a subserviência ao capital especulativo internacional, a despudorada vocação entreguista, nunca foram tão evidentes nos países capitalistas periféricos (leia-se Brasil) com temos visto.
A teoria marxiniana, desde seus primeiros ensaios, profeticamente anunciava as mazelas que seriam provocadas pela evolução do capitalismo.
Não deu outra.
A cada conquista do capitalismo, a cada investida das políticas neoliberais pelo mundo, milhões de trabalhadores perdem os empregos, os ganhos da conquista tecnológica nunca são distribuídos – por óbvio, o capitalismo, ideologicamente é concentrador de lucros.
O ideal deste modelo é a luta inconseqüente, insana e inescrupulosa pelo mercado. E o sacripanta FHC, com sua política desprezível é capaz de qualquer violência e indignidade contra a população, para consolidar os projetos assassinos do FMI.
Sua meta de governo tem sido simplesmente, entregar o patrimônio público a preço de banana, para conglomerados financeiros internacionais.
Isso é o neoliberalismo.
Neste afã de acabar com a soberania nacional, FHC chega ao ponto de vender usinas hidráulicas, o que significa vender também seus reservatórios e tirar o direito que todos têm ao uso da água.
Os Estados Unidos, articulador e beneficiário dessa política neoliberal, também possuem grandes usinas hidráulicas. Entretanto, estas usinas estão sob o controle do estado, chegando mesmo a serem controladas pelo Exército americano. É evidente que o uso da água é uma questão estratégica para o desenvolvimento das nações.
Enfim, a política entreguista de FHC, vai reservar-lhe lugar impar na história, conforme anunciou LULA, “o presidente que vai passar para a história como o presidente cupim, que só destrói, nada constrói.”
É a implementação do neoliberalismo em nosso país, projeto próprio do modelo capitalista, Marx já havia feito essa análise. O grande, através da dolosa concupiscência dos presidentes tupiniquins, esmaga a soberania de outros povos.
Em que pese o socialismo real, implementado sobretudo na Europa e extinta URSS haver praticado distorções, ressalte-se, distorções criminosas e antagônicas à ideologia que inspirava os regimes, o ideal dos socialistas não pode ser banido da história como desejam os “políticos modernos”.
Cada brasileiro e brasileira deve refletir e tomar partido.
A ingenuidade da população e de alguns dirigentes não pode mais dar aso a crença de que é possível um capitalismo menos cruel e mais justo.
As noções gerais para a criação de uma nova sociedade, devem ser urgentemente propagadas por todos os partidos de esquerda, jornalistas independentes, parlamentares populares e sociedade civil organizada.
Lutar por uma utopia é, em parte, construi-la.
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