NO TEU ROSTO pousa
o meu pensamento, e não o sentes
roçar, sequer levemente.
O vento burila os teus cabelos
e te defendes do sol excessivo
e de moscas importunas. Mas os beijos
que te dei, não os viste ou sentiste.
Dir-te-ias que não os dei, que jamais
teus lábios correriam na fonte
áspera de um corpo viril.
Mas os meus beijos foram o vento
em teus cabelos castanhos,
o brilho excessivo do sol no teu rosto
e as asas vítreas das moscas
zunindo em vôo cego. |