" O VAZIO DA ALMA"
Hoje dispus-me a sentar-me ao PC, com muita vontade
de escrever e como acontece, acredito com a maioria dos poetas, as palavras, fogem-me. Nem são as palavras. São os
sentimentos. Alguém já se sentiu assim, querendo dizer de um
monte de coisas e, pelo contrário, se fechar em si mesmo e não
dizer absolutamente nada. Hoje não direi absolutamente nada.
Não cantarei o lindo dia de sol morno, o sábado tranquilo (e que
me perdoem os que gostam de agito constante: acredito mais que são para preencher esse vazio da alma.
Vim de uma metrópole, a maior desse nosso Brasil.
Ali nos enchemos de ruído e quase somos incapazer de ouvir
o silêncio. Muitas vezes o silêncio me apavora. É quando encontro comigo num turbilhão de sentimentos e me incomoda.
Procuro me distrair com uma música, um filme um bate-papo.
Inevitável, porém, o encontro desse turbilhão comigo mesmo.
É quando recorro ao poema tentando dar ordem às coisas que
vão lá dentro de mim: espumas evanescentes que minha parca
sensibilidade é capaz de identificar.
Hoje estou pronto a ir para um lugar paradisíaco e pequeno. Em densidade demográfica, claro. E confesso, meus
amigos e amigas que estou completamente apavorado.
Tenho um projeto na mente que pretendo implantar em
cinco anos. Tudo bem. Nada de falar dele. Apenas o citei porque
é algo que alimenta. Porém, é um projeto. Está no papel. O que garantirá que o realize é apenas o destino. E alguém pode se sentir seguro com o destino. Minha única segurança é que se não realizar o tal projeto, realizarei outras pois a mão do destino
também remou junto quando meus remos se perderam, devolvendo-me o rumo.
Então o que me aquieta? Me aquieta, esses 48 anos de vida urbana, numa metrópole e depois, diga-se por livre e expontânea vontade estou a um passo de instalar-me numa praia paradisíaca com uma vila. Que hábitos terão? Meu Deus,
que medo. Eu, irreverente, desleixado com as roupas ou com
os sapatos. E vejam, não porque não admire alguém bem vestido. Simplesmente porque me importo com outras coisas.
Lembro-me de quando era bancário e trabalhava de calça jeans,
sandálias de couro com duas tiras transversais, camisa social impecável (lavada pela querida mamãe Isaura), cinto de couro
com fivela de cowboy e uma (acreditem, pasmem!!!) GRAVATA.
Coitada dela. Estava num ambiente nada adequado.
Então amigos e amigas, próximo de um passo que deve se iniciar na próxima terça-feira, quando visitarei a tal casa,
onde devo morar estou eu aqui escrevendo-lhes, quando deveria estar relacionando as coisas por exemplo que exigirei
do local.
Numero um da Relação - Ter conexão com a Net.
Numero dois da Relação - Ter conexão com a Net.
O demais é supérfluo. Se tem condução fácil pela vila,
se vou estar de carrou ou a pé, se vou teclar em pé ou sentado
num toco, se vai ter cama, fogão, geladeira, bancos próximos,
agência de correios, centro comercial desenvolvido. Tudo isso
é supérfluo. Ah! Claro que o telefone entra como o mais importante também....A velocidade de conexão, etc....
Viciado, eu na Net? Não, vocês são testemunhas. Mas
viciado em GENTE.
Ajudem, portanto, um anjinho: basta dizerem. ANJO,
boa sorte. E eu a terei.
Aí aquele anjo que um dia escreveu sobre um monte de coisas bonitas (vcs. que disseram, hein!!! iac,iac) só poderá
lhes dizer num futuro próximo. OBRIGADO, AMIGOS.
** e eu que não sabia o que fazer dos sentimentos.
|